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Hotéis apostam em demanda reprimida do turismo com inaugurações

Grandes redes trazem novas marcas para o Brasil, como Hard Rock, Westin, By Mercure e Canopy, de olho na demanda interna

Foto do author Nathalia Molina
Por Nathalia Molina
Atualização:

Hard Rock, Westin, By Mercure, Canopy, W, Tapestry Collection. Todos são nomes de hotéis que passam a existir no Brasil deste ano em diante. Apostando na demanda reprimida por viagens, as maiores redes do mundo seguem investindo no País.

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Diante do prejuízo na pandemia, poderia se pensar que a situação mudaria nos próximos anos. No entanto, a 15ª edição do Panorama da Hotelaria Brasileira aponta que há 147 hotéis urbanos em desenvolvimento no País. O estudo da consultoria HotelInvest, em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), conta com a participação de 34 das principais redes nacionais e internacionais presentes no Brasil. Com investimento total de R$ 6,1 bilhões, os empreendimentos têm inauguração até 2025, em 97 cidades.

“Quem desenvolve um hotel pensa em 30 anos. Tudo o que a gente está passando agora pode representar dois ou três. Mas, se tiver 27 anos bons, compensa. Não é a crise que vai invalidar, e dá a oportunidade de comprar terreno e insumos com preço mais baixo”, diz Pedro Cypriano, sócio-diretor da HotelInvest, que coordenou o levantamento.

8 unidades do Hard Rock Hotel no Brasil

No próximo ano, começam a abrir hotéis da marca Hard Rock no Brasil, com as unidades de São Paulo e de Fortaleza (na Praia de Lagoinha) e a primeira fase do resort na Ilha de Sol, no Paraná. Depois, vêm Recife e Natal (2024), Foz do Iguaçu (2025), Campos do Jordão (2027) e Jericoacoara (2028).

Localizado na Praia de Lagoinha, Hard Rock Hotel Fortaleza tem abertura prevista para 2022 Foto: Hard Rock Hotel

“Acreditamos na retomada gradual da economia já a partir deste ano e do turismo, que começará a aparecer melhor no início de 2022”, afirma Samuel Sicchierolli, presidente da VCI SA, incorporadora à frente de oito empreendimentos no Brasil em parceria com a Hard Rock International. “O turismo doméstico no País é gigantesco, mesmo quando comparado a grandes nações. Se já tínhamos cerca de 100 milhões de viajantes internos, após a pandemia, esse número tende a aumentar mais rapidamente.”

Novo all-inclusive Westin Porto de Galinhas

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O Nordeste ganha ainda neste ano o primeiro resort all-inclusive Westin da América do Sul. A Marriott International assinou um acordo com grupo pernambucano PGA para remodelar o antigo Porto de Galinhas Praia Hotel. A abertura está agendada para outubro. Em 2022, a Marriott prevê a inauguração ainda do W Gramado e do W São Paulo.

Marriott planeja inaugurar no Brasil, em outubro de 2021, o primeiro resort all-inclusive Westin da América do Sul Foto: Marriott

“O que a gente está imaginando é o seguinte: se a vacinação continuar, as viagens de lazer devem retomar fortemente no último trimestre de 2021, pegando as férias de verão. O turismo de negócios deve começar lentamente a partir de 2021, porque as corporações vão querer ter muita certeza de que a coisa está controlada antes de botar seus quadros em feiras e congressos”, explica Orlando de Souza, presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Associação Latino Americana de Gestores de Viagens e Eventos Corporativas (Alagev), também ressalta a importância desses dois processos. “A retomada completa está atrelada ao plano de imunização das pessoas e também à confiança no fornecedor e nos protocolos de segurança, que irão garantir a saúde e o bem-estar dos viajantes corporativos. Acreditamos que no segundo semestre já tenhamos um reaquecimento e movimentação do setor”, afirma.

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MGallery Pipa e By Mercure em Olímpia

Este ano reserva mais. A Accor prevê entre 25 e 30 novos hotéis na América do Sul; entre eles, o MGallery Pipa, hotel-boutique no destino do Rio Grande do Norte, previsto para o segundo semestre. “Vemos uma recuperação do setor começando pelo segmento doméstico de lazer, pois o desejo das pessoas em conhecer e usufruir a cultura local vem aumentando cada vez mais, estimulando o turismo interno e também viagens de carro a destinos próximos a praias e natureza”, diz Abel Castro, vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Novos Negócios da Accor na América do Sul. Segundo ele, países como Emirados Árabes e Estados Unidos já veem o retorno das viagens depois da imunização.

Thermas de Olímpia é o primeiro hotel da Accor no mundo a receber a designação By Mercure Foto: Accor

Em operação desde fevereiro, o Thermas de Olímpia Resorts By Mercure é o primeiro hotel do mundo a receber a designação By Mercure, criada para permitir que proprietários de hotéis independentes se associem à marca Mercure e tenham acesso aos canais de distribuição da Accor. “Temos uma estratégia ambiciosa de expansão de By Mercure no Brasil, na qual cerca de 70% dos hotéis são de propriedades independentes e os hoteleiros podem se beneficiar de uma abordagem flexível de conversão”, explica Castro. “Em primeira mão, comunico que já temos duas novas assinaturas de By Mercure no Estado de São Paulo: uma em Matão e outra em Araraquara.”

Hotel de luxo: Tapestry e Canopy by Hilton

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Outra abertura, prevista para o terceiro trimestre deste ano, é o Almenat Hotel, Tapestry Collection by Hilton, em Embu das Artes. O empreendimento da marca Almenat, voltada a eventos e convenções, será parte da coleção Tapestry, que reúne hotéis luxuosos da rede. A Hilton mantém negociações ativas em outras regiões do Brasil e está de olho em oportunidades no segmento de resorts no Nordeste, conta Leonardo Lido, diretor de desenvolvimento da companhia para a América Latina. “Esse movimento a gente observa em outros mercados, de primeiramente o lazer via terrestre, até a recomposição total da malha aérea”, diz Lido. “Mas a gente entende que essa é uma oportunidade também para as empresas, com os mercados sendo reabertos. Com o trabalho híbrido, as companhias devem promover mais encontros entre as equipes.”

Com restaurante Stella, novo Canopy by Hilton nos Jardins quer atrair moradores para frequentar o hotel Foto: Hilton

Desde fevereiro, a capital tem o Canopy by Hilton Jardins, primeiro hotel sul-americano da marca de lifestyle da rede. “Ele está a dez minutos de caminhada do Ibirapuera e a quatro quadras da Paulista. Tem o restaurante Stella, que vai atrair moradores”, diz Leonardo Lido, diretor de desenvolvimento da rede para a América Latina. “O fullservice tem essa capacidade de acomodar lazer e negócios.” Fullservice são hotéis com uma gama de serviços, incluindo restaurante.

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Na capital, Wyndham Aclimação e Days Inn Perdizes

A Wyndham também deve anunciar em breve hotéis em regiões de praia e montanha. Segundo Maria Carolina Pinheiro, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina, outros contratos estão em negociação avançada. “Poucas empresas internacionais investem no turismo de lazer como a Wyndham. Temos hotéis em Gramado e Olímpia e uma franquia no Pratagy Maceió.”

Embora muito afetada pela interrupção das viagens corporativas por causa da pandemia – a Prefeitura de São Paulo estima que 27 hotéis tenham fechado em 2020 –, a capital teve e terá inaugurações próximas. “A gente acompanha de perto o turismo na cidade de São Paulo. Por isso, continua apostando”, diz Maria Carolina Pinheiro, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Wyndham para a América Latina. Em 2022, a rede deve adicionar o Wyndham Garden Aclimação e o Days Inn by Wyndham Perdizes ao seu portfólio. 

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