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Hotéis começam a adotar check-in e check-out com horário flexível

Seja para quem viaja a negócios, está em uma escala curta ou vindo de um voo noturno, opção com hora de entrada e saída fora das regras engessadas das hospedagens são tendência

Por Sarah Firshein
Atualização:
Quarto de hotel Foto: Ming dai por Pixabay

Quando Sydni Brecher desceu em Paris em uma manhã perto do Natal, no ano passado, não gastou os preciosos euros em um café, nem procurou refúgio em uma sala de espera do aeroporto esperando que as suas acomodações ficassem prontas. Foi direto para o seu quarto no hotel The Hoxton, tomou uma ducha e começou o seu dia – tudo isto antes que o relógio marcasse meio-dia.

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“Eu pude literalmente escolher a hora do check-in, e a hora de fazer o check-out”, disse Sydni, de 24 anos,  que mora em Nova York. “Isto me permitiu realmente ver um pouco de Paris, mesmo em uma viagem curta”.

Check-in e check-out em geral funcionam como relógios: entre 14h e 16 horas no início da estada, e por volta das 11h ou meio-dia no fim. E ficar livre daquele mofo significava tradicionalmente uma coisa: quebrar os degraus superiores do programa de fidelidade de um hotel (check-in flexível, em geral, é uma regalia da elite) ou solicitar mais horas ao fazer a reserva, e ter de pedir pessoalmente. Mas, hoje em dia, The Hoxton e outros hotéis estão adotando esquemas de horários mais elásticos como um brinde em geral - uma medida que transforma substancialmente a experiência do hóspede, particularmente para os viajantes a negócios e os dos voos noturnos.

O programa Flexy Time do Hoxton, que começou em novembro, permite que os hóspedes de nove hotéis da marca em toda a Europa e nos Estados Unidos (um décimo está em projeto para Roma) façam exatamente o que Sydni Brecher fez: dizer quando chegarão e quando partirão. Toda a janela das reservas de 24 horas é a coisa mais correta -  a pessoa pode teoricamente entrar às 12h01 e sair às 23h59, e pagar apenas um pernoite.

Para administrar as necessidades operacionais como o serviço de limpeza, o Hoxton exige um aviso antecipado de sete dias. O Asbury Ocean Club Hotel e The Asbury Hotel, ambos em Asbury Park, Nova Jersey, operados pelos Salt Hotels, utiliza um enfoque ainda mais flexível: falam com os hóspedes uma semana antes para que informem o horário de chegada, e depois coordenam a limpeza de acordo.

Enquanto The Hoxton e os dois hotéis Asbury Park oferecem o check-in gratuito, a Standard Hotels cobra uma taxa de 5% a 10% da diária para o horário padrão, que começou em 2016. Um possível hóspede poderia também procurar o Standard Time gratuitamente por meio de uma promoção online.

“Achamos os horários de check-in e check-out antiquados e nada hospitaleiros. Além disso, quem não gostaria de passar mais tempo no SPA ou na piscina no The Standard, de Miami?”, perguntou Amar Lalvani, diretor executivo da Standard International Management, a controladora dos Standard Hotels.

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O Horário Padrão está disponível em seis dos sete Standard Hotels no mundo inteiro (menos para o novo resort nas Maldivas). Além de atender os guerreiros de olhos vermelhos, o check-in flexível aproveita do aspecto que é a assinatura da marca: lugares badalados para ver e ser vistos em grande parte por lazer.

Depois há o oposto do badalado: a taxa horária. Mas o novo hotel e moderno TWA Hotel de Nova York, em um edifício de Eero Saarinen que é uma referência, no John F. Kennedy International Airport, vê com certa frieza uma ideia outrora reservada aos motéis desagradáveis. Os viajantes que procuram resistir a uma escala com uma rápida soneca e uma ducha, e quem sabe jantar no restaurante Jean-Georges ou uma bebida no interior de um Constellation da Lockheed transformado em lounge para coquetéis, pode reservar um quarto para “Day Stay” (dia de permanência) de quatro, seis ou 12 horas. O check in começa cedo, às 7 da manhã, e as taxas variam, a começar de aproximadamente US$ 100 para quatro horas até US$ 239 para o pernoite comum.

Segundo o hotel, as reservas para o Day Stay são consideráveis durante a semana, com um ligeiro aumento às quintas-feiras. Mais de 50% dos hóspedes do Hoxton e dos dois Asbury Park Hotels aproveitam da política de check-in flexível, sendo que o meio-dia é o tempo de chegada mais solicitado. Em todo o portfólio do Hoxton, o horário médio do check-out é às 15h.

 Como Marley Kleiman sabe, algumas horas podem fazer uma diferença. Em janeiro, a noite seguinte à despedida de solteira de uma amiga, Marley aproveitou do Flexy Time do Hoxton, em Williamsburg, no Brooklyn, e saiu à 1h da manhã.

“Algumas garotas sabiam que nós sairíamos tarde”, afirmou Marley, de 28 anos, professora de Chicago. “E as camas lá são tão fenomenais que é realmente importante ter mais do que três horas de sono”.

TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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