Intercâmbio: tudo dominado

Aperfeiçoar um idioma é o objetivo do estudo no exterior. E a experiência fica mais enriquecedora se a escolha do destino levar em conta a cultura e os atrativos locais

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Por Fabio Vendrame e Felipe Mortara
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  Foto: Divulgação

Atualizado às 13h do dia 7 de abril de 2016

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Aperfeiçoar ou aprender um idioma estrangeiro em outro país é o objetivo essencial do intercâmbio, mas o aluno volta para casa com algo ainda mais valioso no currículo: experiência de vida e amadurecimento. A escolha do destino, claro, é o primeiro passo e deve ser feita com critério.

A língua inglesa lidera de longe a preferência dos brasileiros, com Canadá, Estados Unidos e Inglaterra no pódio. O espanhol vem em seguida e a Espanha ainda é o alvo principal, embora seja ampla a oferta de cursos nos países latino-americanos. “Argentina e Chile, no espanhol; Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, no inglês, são países do Hemisfério Sul com oferta crescente de opções a preços que podem representar cerca de 20% a 25% de economia”, diz Carlos Robles, presidente da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), que reúne mais de 70 associados, entre escolas, universidades e prestadores de serviços.

Em 2014, cerca de 233 mil brasileiros partiram para um curso de intercâmbio – número que, em 2003, não chegava a 35 mil. A maioria desse público tem entre 18 e 30 anos e, além dos cursos clássicos, conta com um rol cada vez mais dinâmico de opções, que vão desde o ensino médio e a pós-graduação até os combinados – idiomas com atividades culturais ou voluntariado, por exemplo.

“Meu sonho sempre foi conhecer a Inglaterra”, conta Caroline Gouveia, de 20 anos. “Escolhi Cambridge por ser uma cidade pequena que só tem jovens universitários. Fiquei quatro semanas, as melhores da minha vida”, diz. “Não está escrito o quanto aprendi e ao mesmo tempo me diverti. Lá é tudo muito perto, eu andava sempre a pé ou de bicicleta e esse clima é muito gostoso.”

Voluntarioso. Há quem aproveite a deixa para, além de aprender, dar também uma mãozinha a quem precisa. “Trabalhar como recreador no Hospital Infantil da Cruz Vermelha, na Cidade do Cabo, me fez enxergar a vida com outros olhos, além de ter feito grandes (e pequenos) amigos, dos quais jamais me esquecerei”, conta Românti-Ézer Anastácio da Silva, de 30 anos, que ficou um mês na África do Sul e aliou os estudos a trabalho voluntário – e ainda morou na casa de uma família local e, claro, fez turismo nas horas livres. “Pude praticar o idioma com mais afinco, longe da sala de aula, interagindo com pacientes de 0 a 12 anos, pais, staff do hospital e demais voluntários.”

Se na África do Sul os programas de voluntariado têm atraído estudantes, Austrália e Nova Zelândia despontam com outro trunfo. “Para cursos acima de 13 semanas, de longa duração, esses países concedem permissão de trabalho de até 20 horas semanais aos alunos”, destaca Robles, da Belta. “As escolas ajudam a encontrar oportunidades, mas a vaga depende da entrevista com o empregador”, diz. “O trabalho, em si, não serve para pagar o curso, mas dá um plus no currículo muito apreciado pelos headhunters.

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Na modalidade que for, fazer intercâmbio tende a mudar a vida profissional – e até pessoal – de cada um. “Quem faz a experiência ser inesquecível, do começo ao fim, é o próprio estudante”, diz Marcia Mattos, gerente de cursos do STB.

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