Jalapão: para conhecer correndo ou com muita calma

Participamos de uma corrida que teve como cenário as paisagens repletas de cachoeiras e piscinas naturais do Parque Estadual

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Por Viviane Jorge
Atualização:
A Serra do Espírito Santo como cenário para os competidores do Bota pra Correr, realizado em julho Foto: Viviane Jorge/Estadão

Correr 10 quilômetros? Se você estiver treinado e se for no asfalto liso, tranquilo. Na esteira, com ar condicionado, fica ainda mais fácil. Mas e se essa corrida for realizada em um cenário inóspito e de natureza selvagem no coração do Brasil? Esse foi o desafio que me propus a encarar para o Viagem: participar de uma corrida para atletas amadores em pleno Jalapão, no Tocantins. Uma oportunidade de unir duas paixões: viajar e correr. 

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De acordo com o estudo State of Running, realizado pelo site RunRepeat.com, em parceria com a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), nos últimos dez anos, houve um aumento de 57% nas corridas no mundo inteiro (embora nos últimos dois anos esse número tenha caído nos Estados Unidos e na Europa). O estudo englobou mais de 107 milhões de resultados de corridas obtidos em 70 mil eventos entre 1986 e 2018. 

Observou-se também que a participação de mulheres nunca foi tão grande: em 2018, elas ultrapassaram o número de homens corredores e correspondem 50,24% dos competidores. A idade média dos corredores também aumentou: de 35 anos em 1986, saltou para 39 no ano passado. 

E, por fim, constatou-se que viajar para correr é uma tendência global. Foram monitoradas apenas viagens internacionais realizadas no mundo inteiro: houve um salto de 0,2% para 3,5% nas viagens para maratonas e de 0,2% para 1,4% nas viagens para corridas de 10k. 

No Brasil, há diversas agências especializadas em organizar viagens variadas para corredores (embora você também possa se inscrever por conta própria na maioria das provas). Isso inclui as corridas na Disneyworld, em Orlando, para a Patagônia argentina ou para maratonas de grandes cidades como Paris, Barcelona ou Berlim.

Serra do Espírito Santo, ao fundo, e o Rio Novo: contemplação Foto: Viviane Jorge/Estadão

Mas também há opções no Brasil. A prova do Jalapão foi minha primeira fora das ruas de São Paulo desde que decidi, há dois anos, colocar a corrida na minha rotina. Já havia participado de outras mais longas, de 16 quilômetros, mas nada tão desafiador - afinal, o solo e o clima interferem na performance do corredor. 

A viagem em si foi uma verdadeira maratona: apenas quatro dias para explorar as belezas da região e correr pelas paisagens de solo vermelho e horizonte verde que encantam os viajantes. Ainda assim, deu para conhecer alguns dos principais atrativos do destino - e voltar para casa com as energias renovadas depois de flutuar nos fervedouros, boiar em piscinas naturais e ser massageada por cachoeiras. Não gosta de correr? Tudo bem: você também pode percorrer esses lugares sem nenhuma pressa.

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VIAJAR E CORRER

Bota pra Correr Organizado pela Olympikus, o evento tem o objetivo de levar atletas amadores para participar de corridas em pontos turísticos do Brasil. Os participantes podem escolher entre os circuitos de 10 km ou 21 km. A próxima etapa, no Pantatal, será em 28 de setembro. A largada e a partida serão na APA da Baía Negra, em Ladário, vizinha a Corumbá (MS). As inscrições estão abertas e custam R$ 250, com kit corredor (inclui copo de silicone dobrável, viseira e camiseta) e transfer para o ponto de largada a partir do Porto de Corumbá. Em 16 de novembro, a corrida será em Alter do Chão (PA). 

Running Tour 

Em vez de tours a pé, empresa no Rio oferece tours para ver os pontos turísticos da cidade a pé Foto: Cláudia Melo

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A Rio Running Tour é uma agência que leva para conhecer os principais pontos turísticos do Rio não andando, mas correndo. Há circuitos com propostas e níveis de dificuldade variados - é possível, por exemplo, correr pela orla, na zona sul (moderada, 10 km) ou pela Lapa e Sambódromo (leve superior 5 km). Outra opção é correr em cenários naturais, como a Pedra Bonita (moderada, 12 km) ou pela Praia do Meio e Praia Funda (moderada, 9 km). Os tours são privativos (R$ 190) e também podem ser personalizados para o corredor, embora haja grupos abertos esporádicos. As explicações sobre os lugares ocorrem durante a corrida e há paradas para fotos.

XTerra

Xterra: provas em várias cidades do País com níveis de dificuldades variados Foto: Xterra

Com provas em diversas modalidades e dificuldades, o evento também realiza corridas em trilhas pelo Brasil, com distâncias de 5, 10 e 21 km - e até uma versão para as crianças, para agregar a família. A próxima etapa será em Itaipava, Petrópolis (RJ) nos dias 24 e 25 de agosto. As inscrições custam a partir de R$ 165 - quem se inscreve em mais de uma etapa ganha descontos progressivos.

COMO IR

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De Palmas a Ponte Nova do Tocantins são 153 km. Há diversas empresas de transfer e tours - fizemos parte dos passeios com a Jalapoeiros Ecotur (preços começam em R$ 180; 63-99225-3534). Há também roteiros completos como o da Korubo, que leva os visitantes em expedições pelo Jalapão em caminhões adaptados. As acomodações são em tendas confortáveis, com refeições.

ONDE FICAR

Ponte AltaÁguas do Jalapão A hospedagem inclui café da manhã, piscina, hidromassagem, Wi-Fi e banho natural na vereda. Diárias a partir de  R$ 150 no quarto single (há valores mais baixos para quartos coletivos). Reservas pelo telefone: (63) 8467-8049.Pousada Coelho Simples, mas sem descuidar da limpeza, a Pousada Coelho (63-98447-1989), tem ótimo café da manhã, Wi-Fi e piscina. Diárias a partir de R$ 120.MateirosPousada Aconchego Tem acomodações simples, com Wi-Fi e um farto café da manhã. Diárias a partir de  R$ 170 o quarto duplo. Reservas: (63) 99983-8988.Pousada Beira da Mata A pousada tem chalés(diárias a R$ 230 no quarto duplo) e área para camping (R$ 50 por pessoa), com Wi-Fi nas áreas sociais. Ali também há um restaurante que oferece refeições caseiras a R$ 35 por pessoa (reserve). Telefone: (63) 99966-4421.

VIAGEM A CONVITE DA OLYMPIKUS

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