Leões, rinocerontes e mais feras do Etosha

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Por Redação
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Zebras são figurinhas fáceis em Etosha Foto: Daniel Nunes Gonçalves|Estadão

ETOSHA - Safáris são todos iguais? Na opinião dos especialistas, não é bem assim. Safáris de várias partes do mundo têm em comum a caçada fotográfica a animais ao ar livre, normalmente a bordo de jipões 4x4. Mas sempre mudam os bichos, o ambiente, os tipos de hospedagem, os outros atrativos do país. Nessa disputa, o do Parque Nacional de Etosha, criado em 1907 no Norte da Namíbia, quase fronteira com Angola, é tido como de elite.

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“Ele está entre meus 4 safáris top do planeta,” afirma Danilo Rondinelli, dono da operadora TerraMundi, que já esteve em 20 parques de safári de 12 países africanos. “Há abundância de animais raros em paisagens espetaculares como o lago de sal Etosha Pan”. Segundo ele, a viagem à Namíbia costuma ser combinada com esticadas a África do Sul, passagem obrigatória para os brasileiros, e Botsuana, o país vizinho que tem safáris diferentes desse, em regiões mais úmidas e verdes.

Além dos elefantes, girafas e zebras, espécies como o impala de cara negra (que só existe ali), e os rinocerontes negros, ameaçados de extinção, são facilmente avistadas no Etosha. A mais bem sucedida ação de preservação desses últimos, iniciativa da rede hoteleira Wilderness Safaris, tem contribuído para evitar o desaparecimento dos cerca de 4 mil rinocerontes negros sobreviventes em ambiente selvagem: alguns animais chegam a ser transportados em aviões para que procriem em áreas selvagens mais seguras.

Até os temidos leões, escassos em outras partes do continente, dão as caras várias vezes aos visitantes do Etosha. “Existem uns 400 deles espalhados por essa área”, orgulhava-se Gabriel Zuma, guia do Ongava Tented Camp (diária a partir de R$ 1.400), enquanto o Land Rover do grupo chegava a 5 metros de uma família de leões com a cara ensanguentada após devorar uma zebra.

Mordomias. Uma das experiências mais marcantes da visita à região foi justamente se hospedar em uma das oito barracas de lona desse acampamento de luxo na Reserva Privada de Ongava, colada ao Etosha. E se um leão resolvesse rasgá-la? Para fazer lembrar que não estávamos em uma inofensiva réplica da Disney World, na calada da noite foi possível ouvir rugidos assustadores no entorno da tenda. E, pela manhã, tomei um susto ao sair e quase pisar em uma tal cobra zebra, que cospe o veneno em suas vítimas.

Felizmente aquela era ruim de mira: me safei do cuspe da peçonhenta. Os dois episódios foram suficientes para eu entender o porquê de os hóspedes serem proibidos de circular da tenda para o restaurante ou a recepção sem um segurança armado ao lado. Todo cuidado é válido para curtir a vida animal realmente selvagem da região de Etosha. 

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