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Lima exibe sua 'virada' cultural

Há um ano, a abertura do espaço de Mario Testino evidenciava o renascimento artístico da metrópole. Agora, investimentos em acervos históricos fortalecem tendência

Por Fabio Vendrame
Atualização:

Pitadas de cultura apuram o paladar e deixam Lima mais atraente. Depois da revolução gastronômica que colocou suas mesas entre as mais apreciadas do mundo, a capital do Peru experimenta agora uma "virada" cultural. Novos acervos temáticos se unem a espaços tradicionais reinventados e fortalecem a celebração da identidade nacional em diferentes frentes. Alta moda, arqueologia e, como não, gastronomia têm vitrines a serem contempladas na cidade. A seguir, uma seleção com o que há de melhor em cartaz: MATEmate.peEle diz que descobriu Gisele Bündchen e, de fato, não há modelo que não queira posar para suas lentes. Kate Moss e até Lady Di já tiveram o privilégio. Pudera: o fotógrafo peruano Mario Testino é um dos queridinhos do mundo fashion. No ano passado, ele abriu um espaço cultural para divulgar a arte e os artistas peruanos e, claro, expor seus cliques. Atualmente, está em cartaz o segundo capítulo da mostra Alta Moda, em que Testino exibe 27 fotografias sobre trajes autênticos usados na região de Cuzco, tomadas de 2007 a 2011. O espaço, situado no bairro boêmio de Barranco, conta com um café.MALImali.peÉ considerado uma referência na vida cultural peruana. O Museu de Arte de Lima fica no Palácio das Exposições, edifício clássico construído em 1872, e guarda um acervo com mais de 12 mil obras. Há desde peças pré-colombianas até fotografias e objetos de prata, mas o ponto alto são as coleções de arte colonial e contemporânea. Passa por uma remodelação, prevista para ser concluída em meados do ano que vem. Por conta disso, a coleção permanente só poderá voltar a ser visitada em 2014. Ainda assim, vale a visita: duas exposições temporárias permanecem abertas ao público. Consulte os temas em cartaz na internet.Nacionalfacebook.com/MNAAHPA visita ao acervo mais antigo da cidade resulta em uma travessia no tempo imprescindível para quem quer entender um pouco mais sobre o mosaico de culturas ancestrais que formam o país. A vasta coleção do Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru (MNAAHP), aberta ao público desde 1822, exibe peças essenciais como a Estela Raimondi - originária da cultura chavín, uma das mais antigas do continente -, cerâmicas, peças de vestuário moche em ouro, máscaras de povos como os chachapoyas, e, claro, artigos incas em profusão. A grande novidade é a reabertura, depois de sete anos, da Sala Paracas, onde são exibidas exuberantes mantas e artigos têxteis dessa civilização. O conjunto arquitetônico compreende também a Quinta dos Libertadores, local onde José de San Martín e Simón Bolívar viveram nos idos de 1820. Lojinha e café complementam o passeio.Gastronomiacultura.gob.peGastón Acurio avisou: o ceviche ainda vai dominar o mundo. O estrelado chef e autor do livro Ceviche Power, em que resgata as origens de 40 receitas emblemáticas do Peru, bem poderia ser o curador da exibição permanente da Casa da Gastronomia Peruana. Ali os visitantes recebem uma aula para lá de didática sobre a aclamada culinária nativa e aprendem sobre a origem dos produtos com que são elaborados ceviches, lomos saltados, causas e outras delícias típicas. Há uma ala dedicada apenas às bebidas peruanas, como o pisco e a chicha. Aberto em 2010, o espaço organiza também palestras e debates. Fica perto da Plaza de Armas, no coração de Lima, e ocupa parte do histórico prédio dos Correios.Larcomuseolarco.orgUm passeio por mais de 3 mil anos de história. A coleção do Museo Rafael Larco Herrera está guardada em uma mansão colonial do século 18 construída sobre as bases de uma pirâmide pré-colombiana. Belos jardins cercam o edifício. No acervo estão peças elaboradas com ouro, prata e cobre, além de artigos de lã e cerâmicas produzidas pelas antigas civilizações sul-americanas. Um dos atrativos são utensílios moches (ou mochicas) que reproduzem posições sexuais. Também é possível visitar o depósito do museu, onde há 45 mil objetos arqueológicos organizados. Tem café e loja com recriações inspiradas em peças do acervo.

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