Mais cursos no Canadá para intercâmbio universitário de brasileiros

Para diversificar a oferta de programas, Languages Canada faz evento no país só para agências do Brasil encontrarem instituições canadenses

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Por Nathalia Molina
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Fazer intercâmbio no Canadá já é a preferência dos estudantes brasileiros há mais de 15 anos. Mas, de olho na crescente demanda por cursos universitários, o país pretende atrair mais gente também para a formação superior. A Languages Canada, associação nacional à frente da certificação da qualidade do ensino de inglês e francês, acaba de organizar um evento dedicado apenas a agências de intercâmbio brasileiras. Para fomentar a diversificação da oferta de programas, o encontro nas Montanhas Rochosas contou com a presença de instituições de ensino canadenses de diversas partes do país. O Estadão cobriu o evento com exclusividade.

No Brasil, o Canadá é um destino muito forte para a venda de cursos de inglês de até quatro semanas (para quem tem acima de 16 anos), high school (ensino médio durante seis meses ou um ano) e acampamentos de férias para estudar idiomas e praticar atividades em grupo (um mês em janeiro ou julho). No entanto, nos últimos anos e até durante a pandemia, programas de educação superior, especialmente em colleges, com enfoque mais voltado para o mercado de trabalho, vêm despertando o interesse de brasileiros.

Encontro sobreintercâmbio no Canadá voltado para o mercado brasileiro ocorreunas Montanhas Rochosas Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

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“O brasileiro normalmente escolhe o Canadá para aprender idiomas, mas somos muito mais do que isso. Temos um dos melhores sistemas de educação mundial. O ranking é muito bom, e é muito mais homogêneo pelo país inteiro. Não temos uma ou duas universidades top, enquanto o resto não é bom. Não, as universidades e os colleges aqui são muito bons”, afirmou Gonzalo Peralta, diretor executivo da Languages Canada, com cerca de 200 associados, entre escolas particulares, colleges e universidades.

Localizadas em todo o país, as instituições de ensino da Languages Canada recebem no total em torno de 150 mil estudantes por ano. “Os brasileiros têm de começar a pensar no Canadá não só para fazer turismo, não só para aprender inglês ou francês, mas também como um destino para aprender tudo, para continuar sua educação aqui”, completou Peralta.

No evento, estiveram cerca de 30 representantes de empresas brasileiras de intercâmbio, nas quais o Canadá desempenha um papel relevante no total de vendas de cursos no exterior. O número total de instituições canadenses era praticamente o mesmo. Em dois dias, foram mais de 1 mil reuniões entre eles. O encontro, apoiado pela Air Canada, pelo grupo financeiro Desjardins e pela seguradora de estudantes internacionais guard.me, foi realizado nas Montanhas Rochosas, no Fairmont Lake Louise, hotel de luxo localizado dentro do Parque Nacional de Banff.

College no Canadá e benefícios para estudar e trabalhar

Diversos agentes confirmaram que vem aumentando a busca por programas de educação superior no Canadá, muitos deles em colleges. Maura Leão, CEO do Yázigi Travel, vende cursos no Canadá desde 2003 e aposta na objetividade das regras de ingresso como um dos motivos. “Os passos para você entrar nesses programas são muito simplificados. Não vou dizer que são fáceis, mas são simplificados para você entender, e eles estão se profissionalizando a cada ano”, disse Maura Leão, CEO do Yázigi Travel, que vende cursos no Canadá desde 2003.

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“E você pode ter uma diversidade de benefícios de acordo com a província que escolhe para o programa, desde ter o seguro-saúde até para aquelas famílias que querem trazer os filhos, eles poderem estudar nas escolas públicas”, acrescentou Maura.

Os benefícios concedidos aos estudantes variam conforme a província do curso de educação superior Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Alexandre Argenta, CEO da TravelMate e atual presidente da Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio (Belta), lembrou que estudantes de intercâmbio no Canadá de longa duração tiveram sua entrada no país autorizada antes dos demais alunos e viajantes em geral.

“As fronteiras para brasileiros foram abertas inicialmente para quem tinha algum vínculo de programa de estudo de ensino superior no Canadá. As primeiras liberações de embarque foram para pessoas que tinham matrícula em cursos”, explicou Alexandre Argenta, CEO da TravelMate e atual presidente da Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio (Belta). Confira as exigências atuais para a entrada no Canadá.

De acordo com Hugo Franco, executivo de contas da Air Canada, o mercado brasileiro ainda tem possibilidade de expansão, devido à oferta diversa de cursos encontrados no país. “O mercado de estudante é muito importante para a Air Canada porque ele reúne a qualidade do ensino, preços muito atraentes e a receptividade dos canadenses, que os brasileiros adoram”, disse Franco. “É um mercado fortíssimo no Brasil, que atende desde adolescentes a adultos até quem quer imigrar.”

Evento apresenta diferentes cursos no Canadá em destinos fora das cidades mais conhecidas Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

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Em dezembro, foi lançado o voo direto de São Paulo para Montréal pela Air Canada. A cidade fica na província de Québec, com muitos colleges procurados pelos brasileiros. “Existia um certo mito de que era um lugar onde só se fala francês e de que os brasileiros gostavam muito de outros destinos, especialmente Toronto e Vancouver, em virtude da língua, que parecia ser uma barreira. Mas não é. Na província de Québec, você vê muitos cursos ministrados não só em francês, mas também em inglês, para o mercado internacional”, afirmou o executivo de contas da Air Canada.

Cursos no Canadá fora de Toronto, Vancouver e Montréal

Para Fernando Todesco, gerente de produtos de educação superior da Experimento Intercâmbio Cultural, um ponto alto foi a possibilidade de poder conhecer pessoalmente representantes de colleges e universidades de regiões fora do circuito “MTV (Montréal, Toronto e Vancouver)”.

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“Além da diversidade de programas, uma coisa bastante interessante que eu vi no evento é a variedade geográfica das instituições. Essa feira traz muito de destinos que oferecem oportunidades, que têm programa de imigração vigente e bastante flexíveis”, disse Todesco, exemplificando com as províncias de Alberta, a vizinha Saskatchewan e Nova Scotia (nas Marítimas, no leste do país). A Experimento tem quase 60 anos de existência no mercado brasileiro.

Como resultado do evento, a CI vislumbra novos programas para o mercado brasileiro em mais destinos canadenses. Embora tenha uma divisão em Toronto desde 2017 dedicada aos cursos no país, especialmente de educação superior, a empresa com 33 anos de existência conseguiu firmar mais parcerias. “Foi muito produtivo. Foram principalmente instituições que ofereciam programas complementares ao portfólio que a gente tem e uma amplitude não só de províncias, porque a gente já tem todas as províncias, mas a gente teve cidades novas”, contou Jan Wrede, diretor da CI Canadá.

No evento, realizado no Fairmont Lake Louise, agentes brasileiros puderam também conhecer a beleza da região Foto: Nathalia Molina @ComoViaja

Além de conhecer ou se aproximar de instituições de ensino, os agentes brasileiros especializados em intercâmbio puderam experimentar o inverno no Canadá diante de umas das mais belas paisagens do país: as Montanhas Rochosas. Lake Louise é uma das bases do Parque Nacional de Banff. A outra é a própria cidade que dá nome à reserva verde. O encontro terminou com um almoço no restaurante no topo da Banff Gondola, bondinho que dá acesso a um dos mais incríveis visuais da região.

Para mais informações sobre intercâmbio no Canadá, consulte o site da Languages Canada. Sobre  passagens e voos, acesse o da Air Canada.

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