PUBLICIDADE

Mercados de sonhos

Ruas, bares e pubs da cidade se transformam numa espécie de 'esquenta' para o Natal

Por Carla Miranda
Atualização:

Poucas sextas-feiras são tão esperadas em Copenhague quanto a primeira de novembro. É chegada a hora de libertar o espírito natalino, numa festa animada por boas doses de Carlsberg - ou Tuborg, como preferir. Exatamente às 20h59, as cervejarias apresentam aos dinamarqueses suas bebidas especiais para a época, transformando ruas, bares e pubs da cidade numa espécie de "esquenta" para o Natal.

 

PUBLICIDADE

Isso porque, neste momento, nem o tradicional mercado do Tivoli, parque de diversões no coração da capital, terá sido inaugurado. E dificilmente Copenhague exibirá sua elaborada decoração. Neste ano, árvores pintadas por diversos artistas adornam os principais pontos turísticos. A da frente da bela prefeitura ganhou querubins. A da King’s Square, pinturas de cartões-postais do mundo todo.

 

Em algum ponto entre novembro e dezembro, o frio pode desencorajar a cerveja, mesmo as escuras de alto teor alcoólico. Entra em cena, então, o glögg, um quentão à moda dinamarquesa servido apenas no fim do ano. Para quem acha o parentesco impossível, ou pelo menos improvável, basta dizer que o vinho é aquecido com especiarias e turbinado com algo mais. No caso deles, aquavit, amêndoas e passas.

 

 

 

 

 

 

 

 

O resultado fica doce além da medida, não há como negar. Mas quando a temperatura cai abaixo de zero, algo comum no inverno dinamarquês, a beberagem garante ânimo para o turista continuar na rua. Se a escolhida for a Stroget, menos mal. Porque você vai ficar entretido na tarefa de entrar e sair de lojas, uma vez que estará na maior via comercial do mundo.Aproveite a proximidade da Praça Amager para conferir as tradicionais mesas de Natal da Royal Porcelain, que desde 1963 fazem parte do roteiro turístico da capital. E para admirar as maravilhas da Illums Bolighus e as peças assinadas por Georg Jensen, que acrescentam à temporada toda a tradição dinamarquesa do design.

  

Caso tenha escolhido o entorno do Porto Novo para passear, lá estarão barraquinhas simples vendendo glögg a preço de chocolate quente. A região também tem um pequeno mercado de Natal, menos sortido e mais barato do que o do Tivoli, com enfeitinhos de madeira para a árvore e peças de artesanato. Além de muito úteis luvas, cachecóis e gorros - os que você tiver trazido do Brasil vão parecer incapazes de cumprir sua função.

Publicidade

 

No parque. Ou seja, é melhor ir aos dois mercados. Mesmo porque todo o parque de diversões, um dos mais antigos do gênero, aberto em 1843, fica glorioso nesta época. Famílias inteiras se misturam aos turistas para ver as luzes instaladas meticulosamente em cada árvore do jardim. São 83 mil metros quadrados de detalhes para admirar sem pressa. Como os corações que mudam de cor na frente do Nimb, palacete onde funcionam um hotel e dois restaurantes.

 

Um parêntesis. O parque conta com uma dupla de casas agraciadas com uma estrela Michelin: Herman e The Paul. Mas dá para fugir das refeições formais e continuar o roteiro natalino garantindo, nas barraquinhas, delícias típicas de fim de ano.

Fique entre biscoitinhos de gengibre (eles virão na forma de coração, enfeitados de glacê colorido) e o ris à l’amande, arroz doce com amêndoas e calda de cereja. Ou deixe tudo de lado e peça um cachorro-quente mesmo, a comida de rua preferida dos dinamarqueses.

 

As lojinhas e os estandes do Tivoli só não vão fazê-lo gastar mais porque a Dinamarca está longe do rol dos países mais baratos do globo. Mas será difícil de resistir a bonequinhos quebra-nozes, velas, anjinhos, bolas para colocar na árvore de Natal...

E de repente você vai ouvir alguma música. O som virá dos metais da banda do Tivoli, formada por garotos vestidos com roupa de guarda inglesa. Aos sábados, o grupo acompanha a carruagem dourada que leva o príncipe e a princesa do inverno, um fofo casal de crianças. Garanta mais algumas fotos, aperte o cachecol no pescoço e continue o roteiro das luzes em Copenhague.

 

Viagem feita a convite do Visitdenmark

 

Veja também:

Publicidade

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.