Mogno e sua obra de arte

Graças ao arquiteto Mario Botta, a pequena vila ganhou uma curiosa catedral cilíndrica. E parece se orgulhar dela

PUBLICIDADE

Por Bruna Tiussu
Atualização:

MOGNOO ônibus deixa os visitantes antes da entrada da pequena vila de Mogno. Dali é preciso seguir a pé pela estradinha ladeada por árvores altas, que aos poucos cedem espaço para casinhas de madeira ou pedra. Sem informação prévia, seria impossível imaginar que uma das construções mais modernas de Ticino fica nesse ambiente rústico.Poucos passos depois, a curiosa catedral cilíndrica, com fachada branca e preta, se impõe na paisagem. Batizada de Igreja de São João Batista, foi projetada em 1997 por Mario Botta, o arquiteto mais conhecido da região. A obra de arte - pelo menos alguns a consideram assim - substituiu a catedral original, de 1636, destruída por uma avalanche que atingiu parte do vilarejo no fim dos anos de 1980. Apesar da resistência dos moradores, que não simpatizavam com a ideia de atrair turistas ao local, Botta avançou no objetivo de fazer algo arquitetonicamente grandioso. No projeto da igreja, espelhou-se no formato de uma torre, simbolizando a resistência humana aos desastres naturais, e utilizou basicamente mármore branco e granito como matérias-primas.Magia. Únicos elementos preservados, os antigos sinos ainda batem no alto da catedral. Ao entrar na igreja, a impressão que se tem é a de estar em um local algo mágico. Talvez efeito da luz que entra pelo teto de vidro da construção e incide diretamente no altar. O xadrez branco e preto da mesa ganha, então, incrível tonalidade azulada. Do lado de fora, uma longa banqueta de mármore estrategicamente instalada permite que os visitantes permaneçam o tempo que desejarem admirando a catedral. Os moradores ficam nos arredores, observando. Se acostumaram com a presença dos turistas. Parecem mesmo orgulhosos de exibir sua moderna igreja.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.