Museus de aviação pelo mundo

Museus e atrações pelo mundo provam que, apesar de todo o aperto e da força do hábito, as viagens aéreas ainda carregam uma aura mágica. E podem proporcionar bons momentos

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Por Mark Vanhoenacker
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Um C-47, de 1944, conhecido como Whiskey 7 é uma das estrelas doMuseu do Voo, de Seattle. Foto: Nathaniel Brooks NYT

Muitos que viajam de avião me dizem que, de tanto voar, acabaram se esquecendo do que um reluzente aparelho pronto para embarque costumava inspirar neles: a magia de saber que logo deixariam a superfície terrestre; a consciência de que era possível ir a qualquer lugar; o reconhecimento de que um avião é a encarnação de um de nossos mais velhos sonhos. Mas, se tantos sobrevoos deixaram você entediado, a boa notícia é que existem pelo mundo fascinantes atrações cuja temática é a aviação. Infelizmente, o Museu da TAM, em São Carlos, está temporariamente com suas atividades suspensas, segundo a empresa. Lugares onde viajantes corporativos, mochileiros de chinelo e curiosos podem redescobrir a maravilha de voar. (TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ)

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Mundo afora Há um mundo de atrações para saber mais sobre aviões e viagens aéreas, seja ou não você um incorrigível geek da aviação, como eu. Perto do aeroporto Internacional de Los Angeles, a loja da rede californiana In-N-Out Burger, na West 92nd Street com South Sepulveda Boulevard oferece sol, cheese burguers duplos e um dos melhores pontos do mundo para se ver aviões. No fim, compre o livro AirCraft: The Jet as a Art, de Jeffrey Milstein, com estonteantes fotos de aviões feitas de baixo. Houston, no Texas, tem um adorável museu da era de ouro das viagens aéreas, o 1940 Air Terminal, em um terminal desativado de arquitetura art déco. Custa US$ 5. O Museu Imperial da Guerra, em Duxford, na Inglaterra, é um bate-volta de um dia desde Londres. Tem bela coleção de aviões militares e civis (incluindo um Concorde) num histórico campo de aviação construído para a guerra. Foi projetado por Norman Foster. Ingresso: £ 15,90 (R$ 93). A cerca de 20 quilômetros de Moscou, na Rússia, o Museu Central das Forças Aéreas (moninoaviation.com) é o mais importante museu de aeronáutica russa e soviética. Pode-se ver o TU-144 supersônico (o "Concordski") e um modelo experimental de foguete do programa espacial russo. Confira antes da visita o horário e as restrições de entrada. 

Seatle  Ao entrar no Museu do Voo de Seattle, um dos maiores museus particulares de aviação do mundo, você passa pelas palavras de Leonardo da Vinci: "Se voar não for para mim, será para algum outro". É o lugar perfeito para traçar a história do que os modernos viajantes aéreos dispõem. Vá primeiro ao Red Barn, de 1909, antigo estaleiro no qual foram produzidos alguns dos primeiros aviões da Boeing. Uma placa diz que se acredita ser a mais antiga fábrica de aviões do país. Não perca as exposições sobre celebridades hoje esquecidas como Dorothy Hester Stenzel, a "Princesa Fura-Céus", campeã de acrobacias aéreas nos anos 20 e 30; bem como a colorida exibição de antigos anúncios. No café, o sanduíche Concorde (manteiga de amendoim e geleia de uva) fará você cair de novo de amores pela poltrona, a janelinha e a comida de avião. US$ 20.

Cingapura  Sou fascinado pela herança marítima da aviação. Se os aviões hoje cruzam milhares de milhas, é em parte porque navios uma vez fizeram o mesmo. Muitas grandes cidades foram fundadas como portos. Cingapura, estabelecida como posto de trocas por sir Stamford Raffles, reflete a simetria histórica entre ar e água. Contemple o aéreo e o náutico no Changi Beach Park. De bicicleta alugada, siga para leste: à esquerda estão uma praia e avisos de que são proibidos para-sail e quaisquer esportes que elevem o turista do solo. Logo você descobre o motivo: pouco acima das palmeiras passam enormes jatos em procedimento de pouso. A ciclovia vira para o sul e corre paralela às pistas de pouso do Aeroporto Changi. Vá jantar no Bistro@Changi - pedi calamares e satay, US$ 50. Depois, o táxi deixa você no metrô ou no próprio aeroporto, a caminho do embarque. 

Maryland Vá para a área de Washington explorar os primeiros dias da aviação. Dê uma parada no National Air and Space Museum, do Smithsonian, claro. Mas comece pelo Museu da Aviação College Park, em Maryland, um autodeclarado berço da aviação no (quem sabia?) mais antigo aeroporto em operação no planeta. A história de College Park (US$ 4) começa com um dos irmãos Wright, Wilbur, que foi para lá em 1909 treinar os primeiros pilotos militares americanos. O primeiro piloto de linha aérea comercial, Tony Jannus, começou seu treinamento ali, no ano seguinte. College Park também reivindica ter tido o primeiro piloto a ingressar, em 1912, no clube Mile High, dos que atingiam a altura de uma milha; e o primeiro serviço postal aéreo regular dos Estados Unidos, em 1918. Há exposições contando a história do aeroporto, aviões antigos e reproduções.

Everett Com cerca de 40 hectares de construção e pátios, a Boeing Factory, em Everett, Estado de Washington, não é muito menor que a Cidade do Vaticano. Em volume, é a maior construção da Terra. Visitantes entram na fábrica por uma série de túneis subterrâneos, depois sobem. Quando a porta do cavernoso elevador de carga abre, você estará num espaço tão vasto que quase imediatamente perderá a noção de que está num lugar fechado. Outra surpresa é o caráter tridimensional do empreendimento. O termo "chão de fábrica" não faz justiça a um espaço no qual enormes peças de avião flutuam em guindastes pelas alturas. Custa US$ 18. 

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