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Na água com arraias e um naufrágio

No passeios em alto-mar, uma surpresa: as arraias são tranquilas e dóceis. Basta o visitante (literalmente) recebê-las de braços abertos

Por Bruna Toni
Atualização:
Barcos levam turistas para interagir com arraias em Stingray City, em Grand Cayman Foto: Bruna Toni/Estadão

Havia duas promessas quando a lancha partiu de Rum Point em direção a um banco de areia em alto-mar: mergulho e nado com arraias. Enquanto o primeiro não trazia muita tensão – usaríamos apenas o snorkel –, o segundo gerou um turbilhão de perguntas. Pudera: minha última experiência com o peixe havia sido na Ilha de Marajó, onde a recomendação era evitar o contato. 

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“Elas são tranquilas e dóceis”, garantiam os guias da Red Sail Sports. Confiamos nas palavras deles e, a bordo de uma lancha, seguimos para Stingray City (Cidade das Arraias), uma das atrações mais famosas das ilhas. A casa das arraias é uma baía a oeste de Grand Cayman, a 40 quilômetros da costa. 

Segundo contam, elas passaram a frequentar o local por causa dos pescadores, que paravam ali para limpar os peixes. O que sobrava, lançavam ao mar, atraindo as arraias para perto. Elas se mostraram amáveis e, assim, não precisou de muito mais para a excursão virar passeio turístico pago. 

Antes da parada no banco de areia onde as arraias se amontoam em troca de comida, paramos para mergulhar com snorkel nas proximidades, à espera de que a cidade das arraias esvaziasse um pouco. Boa ideia: peixinhos coloridos, de tamanhos diversos, cruzavam de um lado para o outro, por vezes escondendo-se em corais, para onde pareciam me guiar numa brincadeira infinita.

Passados 40 minutos, seguimos para Stingray City. Depois de observar a naturalidade das dezenas de pessoas que abriam os braços para recebê-las, me enchi de coragem e entrei n’água. Desci as escadinhas da lancha e, logo no encontro com a primeira, subi novamente, tensa. Respirei fundo. Desci de novo. Com o incentivo de colegas e guias, abri, enfim, meus braços para uma arraia bem grandinha.

Run Point, praia com quiosques de onde partem os barcos para Stingray City Foto: Bruna Toni/Estadão

Antes da aventura, os guias dão todas as explicações sobre as diferenças entre as arraias e a forma como nós, humanos, devemos tratá-las – ficar com os braços abertos e dentro d’água é regra básica. 

Na Red Sail, o passeio leva cerca de 4 horas e custa desde US$ 95 (R$ 364) por pessoa, com snorkel, bebidas e toalhas. 

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Debaixo d’água

No dia seguinte, trocamos as arraias por um navio naufragado. Enquanto os colegas com certificado internacional – exigido para mergulhar com tanque de oxigênio – retornaram com ótimas impressões da atração, eu, que fico apenas no snorkel, me contentei por ver, pela primeira vez, uma embarcação afundada, ainda que apenas do alto. Trata-se do USS Kittiwake, navio norte-americano que serviu de resgate a submarinos (e a algumas pessoas) durante e após a Segunda Guerra. 

Com suas 2.200 toneladas, começou a trabalhar em 1945 e “se aposentou” em 1994. Entre aspas porque, quase 20 anos depois, ganhou outra função: foi afundado em 2011 para criar recifes artificiais.

Na Red Sail, o tour custa desde US$ 75 (R$ 287) por pessoa e inclui equipamentos, toalha e bebidas. O mergulho profissional sai a partir de US$ 140 (R$ 537).

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