Na imensidão do Himalaia, pedidos coloridos a Buda

Cercadas por picos nevados, Ladakh e Leh guardam mosteiros seculares

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Por Rachel Verano
Atualização:

O enorme Airbus mais parece uma pluma sobrevoando a imensidão do Himalaia. Pela janela, um mar de picos nevados cortando as nuvens. Alguns estão bem acima da rota traçada pelo avião, a 6 mil e poucos metros de altura. De repente, uma curva descortina a pista desafiadoramente espremida entre as montanhas e o Mosteiro Spituk, aos pés do aeroporto. Dá as boas-vindas num rasante. Leh, Ladakh, 3.500 metros de altitude, 4 graus negativos no outono. Céu de brigadeiro. Militares e monges na paisagem.Cercado pelas regiões de Jammu e Caxemira, o Ladakh é um recanto pacífico em meio à turbulência do extremo norte da Índia (daí a presença constante de militares). Entre hinduístas e muçulmanos que se estranham há décadas, ostenta as coloridas bandeirinhas de oração budista. Oficialmente, faz parte da Índia. Mas poderia ficar no Tibete.

 

A semelhança não é apenas religiosa. Que o digam os rostos redondos e os olhos puxados da população. Os vales banhados pelo Rio Indo. A cozinha e o artesanato, ambos inspirados no outro lado da fronteira. E os retratos do Dalai Lama espalhados por todo canto - uma vez por ano, aliás, ele faz um retiro por aqui, vindo de Dharamsala, onde mora desde o exílio.

 

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