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Esqui nos EUA: delícias de fim de temporada em Aspen e Jackson Hole

Resorts de neve ficam abertos até o começo de abril; veja como aproveitar tudo no ritmo das suas habilidades

Por Ananda Portela
Atualização:
A montanha de Buttermilk é mais a indicada para principiantes, apesar de receber anualmente os X Games Foto: Ananda Portela/Estadão

Lá se foram dois meses e meio desde o início da temporada de esportes de inverno nos resorts dos Estados Unidos. Em média, as pistas abriram no começo de dezembro. Mas ainda há muita neve para rolar debaixo de esquis e snowboards no país, com o encerramento das atividades previsto para abril. E com vantagens: os pacotes costumam ser descontados no finalzinho de fevereiro e ao longo do mês de março. Para quem precisa economizar, as semanas finais da temporada podem ter uma relação custo-benefício favorável. 

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Nos últimos dias, nossos repórteres estiveram em alguns dos complexos mais queridos dos brasileiros que vão aos Estados Unidos em busca do inverno perfeito. Na badalada Aspen e em sua vizinha Snowmass, no Estado do Colorado, encaramos as emoções da primeira vez sobre um par de esquis. Aspen e Snowmass formam um destino único, com quatro montanhas e opções de diversão tanto para famílias quanto para quem está em busca de agitação. 

Leia mais: Park City, no Utah, é a maior área esquiável dos Estados Unidos

No Estado do Wyoming, Jackson Hole é uma estação com pistas para todos os níveis, mas certamente uma das favoritas dos bons esquiadores pelas grandes quantidades de neve perfeita e pela variedade do terreno. Segundo a revista Forbes, Jackson Hole é o resort de esqui número 1 dos Estados Unidos há sete anos consecutivos. Na revista Ski Magazine, publicação que é uma referência para os amantes do esporte, a estação foi eleita pelos leitores em 2018 como a melhor na categoria Variedade de Terrenos, o que mostra a sua versatilidade. A tudo isso soma-se o clima cowboy da cidadezinha, que adiciona um elemento curioso e divertido à viagem. 

Confira abaixo as informações para programar a sua temporada de inverno em Aspen/Snowmass. Para ler agora sobre Jackson Hole, clique aqui. 

A montanha de Aspen é indicada apenas para esquiadores verdes, pretos e duplo pretos Foto: Ananda Portela/Estadão

Para quando você for a Aspen/Snowmass

Como ir: United (via Chicago), American Airlines (conexão em Dallas/Fort Worth), Latam (também via Dallas/Fort Worth) e Delta (com conexão em Atlanta) são as companhias aéreas que operam voos entre São Paulo e o aeroporto de Aspen.  Temporada: vai até 22 de abril.

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Preços: US$ 174 custa o ski pass diário para adulto. Crianças de 7 a 14 anos pagam US$ 116 por dia; mesmo preço para seniors acima de 65 anos. Há descontos progressivos para mais dias. O aluguel do equipamento começa em US$ 41 a diária, mais US$ 11,75 pelo capacete.

PRIMEIRO CONTATO

Novo hotel, residências para aluguel de temporada, praça com rinque de patinação e lareiras ao ar livre, além de mais opções gastronômicas, esperam os visitantes na base da montanha Snowmass. A expansão dessa área de hospedagem e serviços é a grande novidade da temporada 2018/2019 em Aspen Snowmass, um destino turístico unificado formado pelas duas cidadezinhas e nada menos do que quatro montanhas com suas respectivas vilas-base. 

O destino, em meio às Montanhas Rochosas, encerra a temporada de neve apenas em 22 de abril. A partir de meados de março, além dos preços mais em conta, as temperaturas também são menos geladas. Além disso, é um paraíso para esquiadores iniciantes, que contam com uma grande quantidade de pistas verdes (as mais fáceis) na montanha Buttermilk, a menos íngreme, e em Snowmass.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Esquiadores e snowboarders intermediários (pistas azuis), avançados (pretas) e experts (duplas pretas) têm também como opção as montanhas Aspen e Highlands. A cada ano, nos quatro meses da temporada, são recebidos cerca de 20 mil turistas em todo o complexo. 

Depois de 10 horas de viagem entre São Paulo e Dallas e mais duas até Aspen, desembarquei no aeroporto de Pitkin para a minha primeira experiência de esqui na vida. A primeira hospedagem, por duas noites, foi no hotel Limelight, a novidade na base da montanha Snowmass. De cara, a beleza da paisagem branca provocou encantamento. 

A primeira providência dos iniciantes invariavelmente é alugar os equipamentos: botas, esquis (ou pranchas de snowboard) e bastões. Na Four Mountain Sports, loja presente em todo o complexo, o kit iniciante custa US$ 41 por dia – chega a US$ 65 a diária para atletas experientes. O aluguel de capacete é à parte, US$ 11,75, e os óculos especiais para neve (os goggles, indispensáveis, nem tente encarar a montanha sem eles) só estão disponíveis para venda, por questão de saúde, por US$ 80. 

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O valor pago pelo aluguel inclui o uso do depósito onde ficam guardados seus equipamentos depois de um dia nas montanhas e a transferência deles entre montanhas de acordo com as suas preferências, sem que você precise fazer nenhum esforço para isso. 

Para aprender

Somados os profissionais que atuam nas quatro montanhas, são cerca de 1.200 instrutores – a boa notícia é que 15 deles falam português, e você pode solicitá-los se fizer a reserva com antecedência. A Aspen Skiing Company tem o monopólio das aulas no destino. Com cinco horas de duração, das 10 às 15 horas, as classes em grupo para iniciantes custam US$ 244. A escola recomenda um mínimo de três dias de aulas, para garantir a prática e pegar desenvoltura; no total, o custo é de US$ 599. 

Há, ainda, a opção de contratar aulas particulares, oferecidas para todas as idades (a partir dos 3 anos) e níveis de habilidade. Por dias, custam a partir de US$ 820, e aceitam até cinco alunos no grupo. Os valores são todos para agendamento com antecedência mínima de uma semana; na hora, são um pouco mais altos. 

Em qualquer caso, se você nunca esquiou na vida, o começo vai parecer impossível. Nada mais enganoso: em um dia de prática você será capaz de ficar em pé sobre os esquis e até deslizar por curtas distâncias. Tombos fazem parte e, graças à neve fofa, são até divertidos. 

Tyler Hirss, meu instrutor nos três dias de viagem, trabalha no complexo há 17 anos e tem uma disposição inesgotável para animar os aprendizes. “Aqui é um ótimo lugar para trabalhar. Este é o meu escritório”, brincou, chamando a atenção para a beleza do cenário.  Entre os custos da viagem é preciso prever ainda a compra dos ski passes, que dão acesso aos meios de elevação das montanhas. O passe para cinco dias de esqui, válido para as quatro montanhas, sai por US$ 720 por pessoa. Crianças de até 6 anos não pagam pelos passes. 

O agradável hotel Limelight acabou de ser inaugurado na base da montanha Snowmass, mas já se consolidou como um ponto de encontro de famílias no après ski, a happy hour diária. Para os aconchegantes ambientes do lobby e do bar seguem hóspedes e não hóspedes, em busca de bate-papo e comidinhas como a deliciosa batata frita trufada, ainda com as pesadas botas de esqui – vale levar calçados mais confortáveis na mochila para este momento. 

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A alguns passos do Limelight está a pista de patinação no gelo, também novíssima, inaugurada em dezembro. Funciona todos os dias e é gratuita. 

A base da montanha Snowmass conta ainda com uma variedade de opções gastronômicas, de clássicos americanos a culinária internacional. Meu primeiro almoço em Snowmass foi em seu restaurante mais novo, o State 38, com ótimas entradas de camarão e carne. 

O dia de reconhecimento terminou em um jantar no restaurante mais famoso da base village, Il Poggio. Chega-se a ele de gôndola. Escolhi um dos pratos clássicos da casa, o nhoque com medalhão de carne, aspargos e manteiga trufada (US$ 26,50). 

A manhã seguinte trouxe, finalmente, o primeiro contato com os esquis. Cedo fomos buscar os equipamentos e seguimos de gôndola ao ponto da montanha onde são feitas as aulas. Da sensação inicial de que seria impossível às primeiras vezes deslizando com algum sucesso, foram tombos e risadas. 

Como optei por esquiar o dia todo, a parada para o almoço foi feita no restaurante de montanha Elk Camp, que tem estações de pizza, hambúrguer, saladas e rotisseria. É um ambiente gostoso para matar a fome e se aquecer depois de horas ao ar livre na baixa temperatura. 

A mesma programação se repetiu no segundo dia na montanha. No fim da tarde, os equipamentos foram transferidos para a montanha Buttermilk, que também reserva bons espaços aos esquiadores verdes (os iniciantes), enquanto o grupo seguiu para o hotel Little Nell, único cinco-estrelas de Aspen.

O caminho até a pista de esqui é feito pelas gôndolas Foto: Ananda Portela/Estadão

ASPEN

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O centrinho de Aspen é escolhida como hospedagem principalmente por jovens e casais em busca de agitação. Por aqui há mais bares, restaurantes e badalação. 

A primeira parada foi o Museu de Arte de Aspen, uma instituição sem acervo que renova suas obras a cada estação. O museu, a cinco minutos de caminhada do Little Nell, tem entrada gratuita e conta também com programação infantil. É possível interagir com peças expostas, como um balanço no centro de uma das salas. 

Por aqui há também muitas lojas de grife das mais caras, como Louis Vuitton, Cartier, Prada e Gucci. Compras são, definitivamente, uma atividade de lazer em Aspen, mesmo para quem não tem limite infinito no cartão de crédito. 

Siga para a Carl’s Pharmacy para encontrar cosméticos, souvenirs, roupas, acessórios e até comida a preços super acessíveis: dá para garantir as lembrancinhas. A livraria Explore Book Sellers tem muitos títulos famosos e um café. 

Na Aspen Mountain, reservada aos esquiadores intermediários, avançados e experts, esquiar não era uma opção para mim. Fomos de gôndola a um de seus pontos mais altos para admirar a vista belíssima e fotografar. Depois, almoçamos no restaurante de montanha Bumps. 

Mas ainda havia a tarde, e ela foi toda dedicada a Buttermilk, montanha muito amigável aos iniciantes. Tudo pareceu mais simples e, desta vez, acompanhada de instrutor, deu até para descer uma pista inteira, fora da área da escola. Com direito a quedas, claro, e a uma deliciosa sensação de ter conseguido no final. 

À noite, brindei o feito durante o jantar no restaurante Element 47, a premiada casa do hotel Little Nell que tem, entre seus atributos, uma adega com 20 mil garrafas de vinho.

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