Nobres e Chapada dos Guimarães: um roteiro pelo Mato Grosso

Estradas melhores e uma infraestrutura turística mais organizada estão entre as mudanças positivas que nossa repórter notou na região ao retornar ao Estado depois de 12 anos

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Por Adriana Moreira
3 min de leitura
Trilha para o mirante da cacheira Véu de Noiva no Parque Nacional Foto: Adriana Moreira/Estadão

Doze anos atrás, quando percorri o Estado do Mato Grosso em uma viagem de ônibus por algumas de suas principais atrações, meu celular era apenas um acessório, que passou quase o tempo todo dentro da mochila. Além de não pegar na grande maioria dos lugares, conexão com a internet ainda era coisa para lan houses ou salas de informática – um luxo raro, especialmente em viagens com a natureza como protagonista. Em casos assim, a ideia era de isolamento total, algo cada vez mais difícil nos dias de hoje. 

Desta vez, embora ainda não haja conexão em áreas mais afastadas – como o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, ou mesmo nas ruas do distrito de Bom Jardim, em Nobres –, pousadas, hotéis e mesmo alguns restaurantes oferecem Wi-Fi grátis. A sensação de isolamento se restringe apenas aos passeios. Depois deles, todos pegam seus smartphones para postar o mais rápido possível as fotos e vídeos feitos ao longo do dia, como eu mesma fiz no Instagram @viagemestadao durante a viagem. 

Repare na quantidade de peixes no poço da cachoeira Serra Azul, em Nobres Foto: Adriana Moreira/Estadão

Logicamente, esta não foi a única diferença que encontrei na região depois de tantos anos. Algumas são positivas, como a inauguração do primeiro resort do Estado, localizado entre as já citadas Chapada dos Guimarães e Nobres. Assim, ficou mais fácil intercalar bate-voltas focados em ecoturismo com dias mais relaxados, que incluem drinques à beira da piscina e refeições caprichadas, tudo no sistema all-inclusive. No rol das boas notícias também está a estrada para Nobres, que era de terra e hoje está asfaltada e bem sinalizada, o que permite que a viagem a partir de Cuiabá seja feita em apenas 2 horas.

LEIA MAIS: Veja a matéria sobre a região publicada em 2012, no Acervo 

Mas dói ver a quantidade de obras que deveriam ter sido concluídas para a Copa do Mundo (leia abaixo), como a do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na capital, e a entrada do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. O problema das queimadas na região do parque também continua, especialmente nessa época do ano, com pouca chuva e mato seco. Da estrada, vimos um imenso rastro de destruição e labaredas que consumiam quilômetros de vegetação – felizmente, o incêndio já foi controlado.

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Pôr do sol na estrada Foto: Adriana Moreira/Estadão

O saldo, contudo, é positivo. O clima ensolarado quase o ano todo harmoniza perfeitamente com praias de cachoeira e flutuação em rios de águas cristalinas, repletos de peixes. Aproveite antes que as multidões descubram. 

* A jornalista viajou a convite do Malai Manso Resort

COPA DEIXOU LEGADO DE OBRAS PARADAS

O aeroporto de Cuiabá está bonito, renovado, pronto para os turistas. Mas basta sair de lá para se deparar com uma sucessão de obras que deveriam ter sido inaugurados para a Copa de 2014 e ficaram paradas por problemas em contratos e irregularidades. Algumas chegaram a ser retomadas e interrompidas novamente, como a do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cuja licitação está sendo investigada pela Polícia Federal por suspeita de fraude. O governo agora estuda uma solução para a retomada das obras, ainda sem prazo de conclusão.

 A entrada do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em 2005, era por um restaurante, bem próximo ao mirante para a famosa cachoeira Véu da Noiva. A nova portaria, prometida para a Copa, também não saiu. O que se vê no local são tapumes e um contêiner, que serve de base para quem está cuidando da portaria. Segundo informou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) do Estado, a empresa contratada abandonou a obra, e uma nova licitação deverá ser feita em breve. A ideia é que as obras sejam retomadas em até 60 dias. 

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