PUBLICIDADE

Nos passos da eterna primeira-dama

Por MICHAEL T. LUONGO e BUENOS AIRES
Atualização:

Cada cidade tem seus heróis - gente que, por alguma razão, deixou uma marca permanente. Washington está inundada de monumentos em homenagem a antigos presidentes. Os nova-iorquinos trabalham e vivem numa rede de ícones ancestrais: Rockefeller Center, Peter Cooper Village, Astor Place. E Paris é ornada por placas homenageando figuras iluminadas, de Joana D'Arc e Victor Hugo até Edith Piaf. Ainda assim, poucas cidades são tão devotas de uma única pessoa da forma que Buenos Aires é de Maria Eva Duarte de Perón.Esposa de Juan Perón, presidente argentino de 1946 a 1955 e depois entre 1973 e 1974, Evita - como era conhecida por seus fãs - viveu na capital por menos de duas décadas antes de morrer de câncer em 1952, com apenas 33 anos. Uma das mais controversas e influentes mulheres no mundo ocidental, era considerada por seus seguidores uma santa defensora dos pobres. Já seus adversários a viam como uma gastadora irresponsável em prol da própria glória. Seja como for, ela continua presente por toda Buenos Aires - e além. Aniversário. Este ano, por conta do 60.° aniversário de sua morte, em 26 de julho, a lenda volta à tona. Uma nova versão do musical Evita (1978), de Andrew Lloyd Webber, acaba de estrear na Broadway de Nova York, com o ex-Menudo Ricky Martin no elenco. Em Buenos Aires, cerimônias, discursos políticos e uma passeata à luz de velas serão realizados na data de sua morte; exibições especiais terão lugar no Museu Evita e em outras instituições.Mas você não precisa marchar nem ficar escutando discursos inflamados para entender o vínculo entre a capital argentina e Evita. As contribuições físicas que ela deixou por todo país - um resort de praia para a classe trabalhadora, um parque de diversões para crianças, um lar para mães solteiras - agora se misturam com museus, incontáveis estátuas e monumentos extravagantes construídos em homenagem a ela. O mais recente: duas enormes esculturas de aço soldadas em lados opostos do longilíneo prédio do Ministério da Saúde."Nunca houve uma mulher como ela, especialmente primeiras-damas", diz Gabirel Miremont, curador do Museu Evita. "Mamie (Eisenhower, primeira-dama dos Estados Unidos entre 1953 e 1961) , Eleanor (Roosevelt, primeira-dama americana de 1933 a 1945) e até Jackie (Kennedy, de 1961 a 1963) não levam tantos turistas a Washington como Evita traz para Buenos Aires."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.