Um roteiro cinematográfico pela Nova Zelândia

Território compacto, natureza exuberante e gosto por aventura atraíram a atenção de Hollywood, que colocou o país no radar dos turistas

PUBLICIDADE

Por Guilherme Sobota
5 min de leitura
Cidade de Queenstown, na Ilha Sul da Nova Zelândia Foto: Tiago Queiroz/Estadão

AUCKLAND - A reação é sempre a mesma: dizer a alguém que você foi, ou vai, à Nova Zelândia, é garantia de espanto. Afinal, são em média 18 horas em dois voos, existe um oceano gigantesco entre nós e… o que mais mesmo? Essa é a dúvida que causa espanto, e agora que visitei quatro das principais cidades desse pequeno país no sudeste da Oceania, é possível atestar que a surpresa se justifica. 

Visualmente deslumbrante, econômica e politicamente estável, nono IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo e com uma política amigável a imigrantes em busca de trabalho, o país acumula uma lista de razões para ser o próximo destino da viagem de férias.

Se comprimida, a área das ilhas que compõem a Nova Zelândia – as principais são a Norte e a Sul – caberia dentro do Estado do Rio Grande do Sul. A magia é justamente a capacidade do país de oferecer, num espaço de terra tão reduzido, uma respeitável diversidade de paisagens, climas e ambientes urbanos e rurais. É essa, inclusive, uma das explicações para a pujante indústria do cinema que se formou no país desde que a franquia

O Senhor dos Anéis

caiu no gosto do público, no começo dos anos 2000. 

Estive hospedado em quatro centros urbanos de diferentes tamanhos. De norte para sul, Auckland tem 1,5 milhão de habitantes e é o destino dos voos que chegam da América do Sul. Será, portanto, seu provável primeiro contato com o país. Rotorua, a 230 quilômetros de distância, tem 56 mil. Wellington, no sul da Ilha Norte, é lar de 400 mil pessoas, e a pequena Queenstown, já na Ilha Sul, tem 13 mil. 

Continua após a publicidade

Dada a variedade de coisas para ver, fazer e comer, seria possível dizer que são quatro países diferentes, unidos pela orgulhosa hospitalidade dos kiwis, como são chamados os neozelandeses. Com as distâncias pequenas ou moderadas (nenhum voo dentro do país dura mais do que duas horas), é possível cumprir o roteiro e ter uma experiência rica dentro de 10, 12 dias.

Importante lembrar: a viagem não sai nada barata. O câmbio é próximo do dólar americano – atualmente, US$ 1 equivale a 1,3 dólares neozelandeses. Como a economia é pesadamente dependente do comércio exterior, produtos e serviços tendem a ter preço salgado.

A boa notícia é que é possível se aventurar pela Nova Zelândia combinando turismo e trabalho. Brasileiros entre 18 e 30 anos podem se inscrever no programa

Working Holiday Visa

, que concede um visto de trabalho de até um ano. As próximas inscrições abrem em agosto de 2017. 

Já turistas comuns não precisam de nenhum tipo de visto, apenas de alguma atenção às restrições de bagagem: comida, por exemplo, não entra. 

EM CLIMA DE METRÓPOLE

Continua após a publicidade

Sky Tower em Auckland Foto: Stefan Wermuth/Reuters

Auckland poderia ser a São Paulo deles: muito menor, obviamente, mas com um trânsito igualmente ruim. Mesmo no centro, a cidade é pouco verticalizada, o que faz com o que os deslocamentos de moradores sejam mais longos. 

Mas não se deixe dominar por essa primeira impressão. Auckland é de fato uma metrópole, e um de seus pontos mais famosos, a

Sky Tower

, é parada indispensável. A torre mais alta do Hemisfério Sul – uma guia disse que fizeram questão de construí-la maior do que qualquer coisa na Austrália, “é claro” – tem um lounge que permite observar a cidade em 360 graus e as ilhas que a cercam (custa 28 dólares neozelandeses para subir, R$ 65). É possível pular lá de cima atado a cabos de aço, mas enquanto estive lá, pelo menos três pessoas desistiram, mesmo depois de desembolsar nada módicos 225 dólares neozelandeses, R$ 530. 

Por perto da torre, na Federal Street, há dois bons restaurantes. O

Federal Delicatessen

Continua após a publicidade

 foi construído como uma homenagem aos estabelecimentos judeus similares em Nova York. O

Depot Eatery

 tem um ambiente parecido. Os dois têm comida fresca e sazonal e servem o turbot slider, um pequeno hambúrguer de peixe. Já para acompanhar carnes vermelhas, em qualquer restaurante da Nova Zelândia, escolha o vinho feito com uvas pinot noir do próprio país.

 

Orla de Auckland Foto: Stefan Wermuth/Reuters

Andando ao norte pela Queen Street, a principal da cidade, em direção aos cais, há um terminal de transporte urbano chamado Britomart: a partir dele estende-se uma espécie de calçadão hipster que reúne galerias, bares e bons restaurantes. No

Ortolana

Continua após a publicidade

, o prato de nhoque fresco com cogumelos japoneses e nabo, mais uma sobremesa que vem do vizinho Milse, sai por 30 dólares neozelandeses (R$ 70).

O Britomart fica aos pés do terminal hidroviário de Auckland: dezenas de pequenas vilas em ilhas ou penínsulas ficam a um tíquete de distância dali. A mais indicada para turistas é Devonport, à qual se chega depois de uma travesia de apenas 12 minutos. A atração principal do vilarejo cheio de construções vitorianas é o cume do Monte Vitória, um dos três cones vulcânicos que circundam a vila. A vista para Auckland faz a caminhada de vinte minutos morro acima se pagar. Também há visitas guiadas diárias que podem ser adquiridas no terminal hidroviário.

Outros pontos que valem a visita em Auckland com mais calma: o pico do Monte Éden, a dez minutos de carro do centro e, ainda mais ao sul, o belo Cornwall Park, distante cerca de meia hora. Para curtir um parque mais perto com boa infraestrutura infantil, o Western Park está ao lado do centro.

SAIBA MAIS

Aéreo:

tarifas do voo entre São Paulo e Auckland, ida e volta, começam em US$ 1.490 na

Latam

Continua após a publicidade

, US$ 1.520 na

Emirates

 e US$ 1.867 na

Aerolíneas

. Com paradas.

Site:

tourismnewzealand.com 

Continua após a publicidade

Visto:

não é necessário para turismo por até 30 dias.

*O repórter viajou a convite de Tourism New Zealand e Disney.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.