O novo passeio de balão e outros seis motivos para curtir Brotas

Voar em balões de gás é a última novidade na cidade paulista conhecida como 'capital da aventura'. O rafting? Continua indispensável, é claro

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Por Vitor Tavares
Atualização:
Passeio de balão é novidade em Brotas: saídas ocorrem uma vez por mês Foto: Rafael Barbieri/Ecoação

Além da noite estrelada e do céu azul quase sem nuvens, quem olhar para cima em Brotas agora pode se deparar com um colorido até então estranho na cidade. A terra da aventura no interior de São Paulo ganhou mais uma para chamar de sua: o voo de balão. Não tão assustadora como outras atividades por lá, mas igualmente de tirar o fôlego, o balonismo dá seus primeiros passos na região como mais uma opção para quem quer pegar a estrada e curtir o clima interiorano num fim de semana ou feriado longe da cidade grande. 

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Seguindo para onde o vento soprar, turistas têm no horizonte, além da própria cidade de 24 mil habitantes, um cenário de pastos, rios, cachoeiras e plantações de cana-de-açúcar, eucalipto, banana, laranja. Mesmo a mais de 500 metros de altura (o voo pode chegar até perto de mil), os cheiros e os sons estão ali: o Rio Jacaré-Pepira correndo, o mato ainda molhado da manhã, os bois, os pássaros cantando.

 

Voar, voar

O título “aventureiro”, de certo, continuará pertencendo a Brotas por conta de atividades como rafting, canionismo ou queda livre. Não que o balonismo não chegue a assustar aqueles que têm medo de altura (o que não é o meu caso), mas a experiência, posso arriscar, é muito mais de contemplação do que de aflição para qualquer pessoa. A subida e a descida são lentas – e, assim, com os olhos se acostumando aos poucos, as dimensões de alto e baixo se tornam menos perceptíveis. 

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Vale destacar que o balão só levanta voo se as condições climáticas estiverem favoráveis e com número de pessoas cujos pesos somem, no máximo, 1.000 kg. A “decolagem” ocorre no terreno da Pousada Pé na Terra, na zona rural, mas bem perto do centro de Brotas. O destino: SDS, como brincam os pilotos, “Só Deus Sabe”. No nosso voo inaugural, antes das 6h30 já estávamos no céu, vendo o sol dar as caras no horizonte paulista. O frio das primeiras horas da manhã logo vai dando espaço ao calor do dia e do fogo que controla a altura do balão.

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O passeio, supertranquilo, acabou 40 minutos depois, nas proximidades de uma plantação de cana, com o condutor conseguindo pousar em cima da própria caminhonete da equipe de resgate, guiada via GPS. Enquanto uns lamentavam o fim do passeio, outros celebravam a segurança com que tudo transcorreu. “As condições em Brotas normalmente são boas, por conta do relevo da região, que também proporciona vistas mais bonitas que o normal”, destacou o piloto Cristiano Almudim.

 

Subir, subir

Além do voo da manhã, que parte sem rumo, há a subida do fim da tarde (a partir das 17h), em que o balão sobe e desce amarrado por cordas, para uma vista panorâmica. São cinco minutos, só dá para sentir o gostinho, com a altura chegando ao máximo de 60 metros. Também é oferecido o passeio romântico, com balão exclusivo para casais que queiram comemorar alguma data especial.

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A princípio, os voos serão realizados na cidade uma vez por mês da cidade, a depender da demanda. A avaliação de novas datas será feita pela EcoAção, operadora de turismo mais famosa da cidade e que vem dominando o setor por lá, gerindo pousada, hostel, parques e um hotel-fazenda em construção. A atividade é feita em parceria com pilotos que atuam em Boituva, ponto clássico do balonismo no Estado.

 

Antes de ir

Como chegar: a partir de São Paulo, são 250 quilômetros pela rodovia dos Bandeirantes (pedágio R$ 47, só ida). De ônibus, a passagem custa R$ 72,90, o trecho com a Expresso de Prata – a viagem dura 4h e sai do Terminal Rodoviário da Barra Funda.Balão: o voo livre (que sai às 6h) custa R$ 400 (ou R$ 420, com café da manhã). O voo cativo, no fim da tarde, custa R$ 55. Próximas saídas nos dias 19/5 e 16/6. Com a Ecoação.O que levar: para as atividades de aventura, tênis confortável, cantil, mochila pequena, protetor solar e repelente são imprescindíveis.

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Panorama da cidade no voo matutino Foto: Rafael Barbieri/Ecoação

Bons momentos também à mesa

Em um casarão de dois andares com mais de um século, restaurado usando materiais originais, como tijolos e madeiras, o Brotas Bar é um clássico entre turistas na cidade. Tem decoração temática de rafting, abriga o pequeno Museu Bozo D’Água (com equipamentos da premiada equipe de rafting local) e playground infantil. O cardápio é variado – a picanha argentina e o hambúrguer são especialidades. Há pratos desde R$ 40, mas uma refeição para duas pessoas não sai por menos de R$ 150, sem bebidas; na happy hour, há promoções.

 À noite, chegue cedo ao Brotas Beer Pub, bar da cervejaria local que reúne todas as opções da sua produção (média de R$ 20 a garrafa de 600 ml; também há opções da torneira). No menu, hambúrguer, salada, torresmo, coxinha da asa, calabresa acebolada, frios. Site: brotasbeer. com.br. Se der vontade de comida italiana, o Vicino della Nonna serve pratos napolitanos, individuais, mas bem servidos como se espera de uma casa de nonna. / COLABOROU MÔNICA NOBREGA

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