Oito dicas para uma visita mais serena

Quem não tem um amigo veneziano pode 'alugar' um: há muitas empresas que oferecem experiências fora do circuito tradicional

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Por Daniel Nunes Gonçalves
Atualização:
Praça São Marco e na acqua alta: praticamente um camarote Foto: Manuel Silvestri/Reuters

As fotos das multidões circulando por Veneza são uma realidade, especialmente nas disputadas tardes de verão no Hemisfério Norte. Mas sua visita não precisa ser baseada em esbarrões, cotoveladas e filas. É possível ver a cidade por um outro ângulo em horários alternativos. Ou participar de tours que privilegiam a contemplação de lugares menos concorridos, de uma perspectiva mais próxima a dos próprios moradores. Aqui, oito dicas para ao menos tentar não ser mais um agente do overturismo. 

Ir com tempo 

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Ainda que oficialmente não exista baixa temporada em Veneza, as multidões se concentram mesmo entre julho e agosto. Recomenda-se evitar o alto verão europeu e planejar entre 3 e 7 dias na cidade. Ficar um só dia, além de ser muito pouco, só piora o overturismo.

Longe da San Marco 

Estar em um dos seis bairros do centro histórico é imprescindível – melhor ainda nos residenciais Cannaregio, Castello e Dorsoduro. Quanto mais longe do circuito Praça San Marco-Ponte Rialto, mais fluida a circulação de pedestres. Cada dia com mais hotéis, Mestre, no continente, não tem aquelas gôndolas, aqueles canais e aquele mesmo charme.

Boas-vindas na Lagoa

Chegue pela água. Existem ônibus levando, por terra, do aeroporto a Piazzale Roma, na entrada das ilhas da Veneza histórica. Mas não há nada mais veneziano do que uma entrada triunfal navegando pela Lagoa de Veneza, nas embarcações da Alilaguna, vendo a cidade se aproximar, cheia de charme.

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Caminhe à noite 

A magia que a Praça San Marco emana de dia, quando está lotada de turistas, também está ali à noite, mas sem ninguém. Ainda que os prédios estejam todos fechados, trata-se de um deleite para quem admira arquitetura – e toda aquela maravilha – em silêncio. Se for dia de acqua alta, então, bingo! A beleza das construções refletidas na água das inundações esporádicas será o auge da viagem.

Rialto dos mercados

Feira no Rialto: acorde cedo para fazer como os locais Foto: Daniel Nunes Gonçalves

Os venezianos entendem Rialto como sinônimo de feiras de rua, e não de uma ponte lotada. Para quem está hospedado em lugares onde é possível cozinhar, vale a pena acordar cedo, antes de os cruzeiros chegarem, e ir ao pé da ponte comprar pescados, legumes e outros ingredientes para mangiare um bom prato à italiana.

Gôndola baratinha

Quer andar de gôndola sem desembolsar 80 euros  (R$ 340) por meia hora de dia ou 100 euros  (R$ 420) à noite? Escolha cruzar o Grand Canal em um traghetto, gôndola para travessias rápidas, por 2 euros (R$ 8). Em Cannaregio a travessia sai do ponto Santa Sofia; em San Polo, a parada fica em San Tomà.

Várias ilhas no mesmo dia

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Com o preço salgado dos vaporettos – 7,50 euros (R$ 31) para turistas, 1,50 euros (R$ 6) para residentes –, vale comprar o passe de 24 horas desses ônibus aquáticos por 20 euros  (R$ 84), e concentrar os passeios às ilhas no mesmo dia. Giudecca, com 11 galerias de arte, grafite e restaurantes à beira da Lagoa, e o cemitério da ilha de San Michele, onde está enterrado o compositor russo Igor Stravinsky (1882-1971), são lindas e menos movimentadas que as turísticas Murano e Burano.

Anfitriões amigos

Quem não tiver amigos “gratuitos” na cidade pode “alugar” um, o que costuma ser o grande trunfo para conhecer a Veneza escondida dos turistas. Moradores oferecem caminhadas e atividades variadas em sites como Venezia Autentica, ShoMe, AirBnb Experiences e The Venice Insider.

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