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Para entender a história

Visitas ao sítio histórico Pedro St. James e ao Museu de História Natural passam em revista a história natural, política e social do país

Por Bruna Toni
Atualização:
Pedro St. James, sítio histórico da Grand Cayman Foto: Bruna Toni/Estadão

As águas azuis transparentes de Cayman podem ser irresistíveis. Mas vale a pena deixar por algumas horas o calorão ao ar livre por duas atividades que ajudam o visitante a entender melhor aspectos que vão da história política do país desde a época da escravidão até a natureza do lugar e o papel das mulheres na sociedade. 

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Pedro St. James 

O ar condicionado já bastava para aliviar o calorão que fazia lá fora, mas, quando a guia nos disse que ainda haveria jatos d’água durante a sessão, nos olhamos apreensivos. Estávamos numa sala escura, com cenário teatral, prestes a assistir a um filme sobre o sítio histórico da Grand Cayman, Pedro St. James. O que isso significava?

Abusando de pequenos efeitos sensoriais, como os jatos d’água, vento e sons de raios e trovões, o “cinema” do St. James conta, em 20 minutos, a história do Castelo de Cayman. Quando a casa de três andares com varandas amplas foi construída no século 18, ela era uma mansão diante das casas simples dos pescadores.

Rodeado por um belo jardim à beira-mar, o local teve muitas funções até se tornar centro histórico mantido pelo governo. No século 19, abrigou a eleição do primeiro Parlamento do país e foi sede da reunião que decretou o fim da escravidão, em 1835. Por isso, o St. James é também chamado de o Berço da Democracia de Cayman.

Depois do tour no castelo Pedro St. James, degustação de rum Foto: Bruna Toni/Estadão

E o que raios, trovões e jatos d’água têm a ver com a história? Bem, estamos numa área de furacões – o último a atingir Cayman foi o Ivan, em 2004. Praticamente tudo foi destruído por furacões e incêndios – o que vemos agora é fruto de uma reforma feita pelo governo na década de 90. 

Os cômodos reproduzem a decoração oitocentista, com informações sobre os modos de vida da época: escravidão, sistema agrícola, instrumentos de trabalho e de uso cotidiano, sistema político.

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O passeio vale pela paisagem, cujo horizonte é um mar azul-marinho inesquecível, e pela importância histórica. Mas pode ficar melhor se você, assim como nós, incluir a degustação de rum oferecida pelo restaurante do local. Sob o comando do jamaicano Rosane, viramos seis shots de vodca, rum puro e saborizado. Tudo ao som de trilhas sonoras animadas que ele comandava no celular – depois do terceiro copo, foi inevitável não dar uma dançadinha de leve.

O tour custa 10 dólares de Cayman (R$ 47) ou 15 (R$ 70) com guia (R$ 70). Com a degustação, são mais 5 dólares (R$ 24). 

O barman Rosane, do castelo PedroSt. James Foto: Bruna Toni

Museu de História Nacional

Mais completo que o St. James é o Museu Nacional de Cayman, em George Town. Num sobrado do século 19 – uma das poucas construções que sobreviveram aos furacões ao longo dos anos e, portanto, uma mais antigas da ilha – estão reunidas narrativas sobre a história natural, política e social do país. 

São só dois andares – a visita leva no máximo 1 hora. O passeio começa com a exibição de um filme (eles gostam disso) de 18 minutos que conta da chegada de Colombo à América ao processo de ocupação das ilhas pelos ingleses. 

Saindo dali, repare na parede que deixa à mostra a estrutura da casa-museu e nas imagens da antiga arquitetura local, baseada no uso de madeira de acácia, sustentada por um resistente pau-ferro. 

Cômodo com móveis de época no Museu Naiconal Foto: Bruna Toni/Estadão

Aí sim será hora de mergulhar na natureza de Cayman, descobrindo sua geologia e geografia. Achei incrível entender como o Oceano Atlântico despenca na fossa de Cayman, o ponto mais profundo do mar do Caribe, com 8 mil metros de profundidade. Com maquetes interativas e simulação de submarino, a sala é repleta de informações acessíveis para crianças.

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Com um pequeno espaço à disposição, a curadoria do museu fez um bom trabalho. Há ainda espaço para falar sobre pesca, sobre os principais fatos históricos do país, depoimentos em vídeo sobre religião e o papel das mulheres, além de uma sala dedicada à aviação e sua companhia nacional, a Cayman Airways, patrocinadora do museu. Ingressos a US$ 8 (R$ 30). 

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