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Para tornar os dias longe de casa mais fáceis

Confiança, boa auto-estima e saber lidar com as adversidades são preceitos básicos

Por Camila Anauate
Atualização:

A idéia inicial de fazer um intercâmbio é tentadora - e um tanto ilusória. Morar longe da família, aprender um idioma e conviver com outras culturas são experiências marcantes e para toda a vida, mas é preciso estar bem preparado para vivê-las. Nem tudo é festa. Para evitar frustrações e decepções, antes de escolher aonde ir e que tipo de intercâmbio fazer, avalie qual programa e qual destino têm a ver com seu perfil e com seus objetivos. ''Ninguém está 100% preparado para o intercâmbio'', afirma o psicoterapeuta Léo Fraiman, especialista em psicologia educacional. Ele explica que a adaptação de jovens que têm autonomia costuma ser mais fácil do que a de adolescentes superprotegidos. ''Neste caso, o intercâmbio é uma ótima oportunidade para o jovem sair da caixa e aprender a viver.'' Segundo Fraiman, maturidade psicológica é fundamental para o intercambista. ''Trata-se de um conjunto de atitudes básicas perante a vida, que começam a ser treinadas em casa.'' Auto-estima é uma delas. ''O jovem precisa ter um grau de confiança que lhe permita conhecer o novo'', diz. ''E saber encarar o erro, a dúvida e o medo como parte do crescimento.'' Os pais, nesse sentido, têm papel importante na formação da personalidade e na educação dos filhos. A base moral do estudante também é um fator básico. ''No exterior, leis são leis'', lembra o psicoterapeuta. ''O famoso jeitinho brasileiro não vale nada lá fora.'' Outro aspecto é a ''aceitação do intangível'', ou seja, encarar como desafios as surpresas reservadas pela vida. A preparação para a viagem deve incluir, segundo Fraiman, pesquisas sobre a cultura, a história e a geografia do destino. ''O jovem tem de se mostrar antenado.'' Também deve ter um olhar curioso diante da diversidade. ''O intercambista deve estar aberto para trocar experiências'', explica. ''Ele vai encontrar a todo momento pessoas que pensam de uma maneira diferente da sua.'' QUEM JÁ FOI Para a professora Ana Cláudia Cristioglo, de 29 anos, que morou durante um ano nos Estados Unidos e trabalhou como au pair, em 2005, só quem quer muito viver essas experiências agüenta a mudança. '' É preciso ter força de vontade, flexibilidade e paciência'', comenta. ''E lembrar de que se trata de uma atividade provisória, que você escolheu. Portanto, releve algumas coisas.'' Segundo Ana Cláudia, o tempo ideal para o intercâmbio é de um ano. ''Assim, o jovem tem a oportunidade de vivenciar a cultura, estudar e até viajar.'' E quanto a morar em casa de família, ela orienta: ''Crie afinidades com os novos parentes porque eles também estão interessados nessa troca.'' A advogada Maria Luiza Moreira, de 26 anos, não se esquece da temporada que passou nos Estados Unidos quanto tinha 17. Ela fez um ano de high school e recomenda. ''Conto minha vida antes e depois do intercâmbio.'' Ela dá a dica: ''Haverá inúmeros contratempos durante a viagem, mas eles são necessários para seu aprendizado.'' Por isso, esteja aberto para viver essa experiência. Sempre vale a pena.

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