Park City: entenda a maior estação de esqui dos Estados Unidos

Testamos os resorts de esqui e snowboard da cosmopolita Park City, no Utah – e também as opções de diversão para quem só quer curtir a paisagem, a boa gastronomia e a badalação da temporada de inverno

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Por Monica Nobrega
Atualização:
Tour de snowmobile no rancho da North Forty Escapes. Foto: Mônica Nobrega/Estadão

PARK CITY - Estávamos parados em silêncio num topo de montanha – éramos dois turistas e um guia – tomados de encanto pela beleza dourada do sol que se punha. Ao mesmo tempo, a lua se erguia no céu. De repente, a poucos metros de nós, surgiram dois alces adultos e um filhote, que passaram a se alimentar nas árvores. “Eu poderia ficar horas aqui”, disse Walter, o guia, justamente quem deveria estar acostumado à cena. “É um raro privilégio, não é tão fácil ver alces.”

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O celular indicava temperatura de 8 graus negativos. E foi só por causa do frio cada vez mais intenso que ligamos os motores das nossas motos de neve para pegar o caminho de volta entre as montanhas de Park City, no Estado americano de Utah. 

Se quiser ler agora mais informações sobre Park City Mountain e Deer Valley, os dois resorts de inverno da cidade de Park City, clique aqui

Para saber onde comer em Park City, clique aqui, e onde beber, aqui.  

Urbana e cosmopolita Apesar daquele flagrante da vida selvagem durante o tour na moto de neve – o snowmobiling –, Park City é um destino de inverno urbano e cosmopolita. Tem menos de 10 mil habitantes, mas está a apenas 50 quilômetros da capital de Utah, Salt Lake City, onde fica o aeroporto. Atrai celebridades como Justin Bieber, Will Smith e Michael Jordan, felizes proprietários de casas de luxo na cidadezinha. 

A variada e refinada oferta gastronômica se concentra principalmente no centrinho, em torno da Main Street, onde até o grafiteiro Banksy dá uma canja: há uma obra em uma parede, protegida por vidro – um vidro rachado pelo frio, registre-se. 

Banksy na Main Street. Foto: Mônica Nobrega/Estadão

Park City recebe, todos os anos em janeiro, um dos festivais de cinema mais importantes dos Estados Unidos, Sundance, criado em 1978 pelo diretor e ator Robert Redford. O festival, este ano de 24 de janeiro a 3 de fevereiro, chega a levar 45 mil pessoas a Park City durante os dez dias de exibições e festas. 

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Esportistas das modalidades de inverno também são frequentadores da cidade, tanto por causa da celebrada boa qualidade da neve quanto pelo Parque Olímpico. O Utah Olympic Park, depois de receber a Olimpíada de Inverno de 2002, foi transformado em complexo de lazer e treinamento. É impressionante observar, do topo e da base, a plataforma de saltos do ski jumping (o tour guiado de 1 hora custa US$ 12). 

Turistas também podem descer em boias no tubing (US$ 25 por pessoa), deslizar em alta velocidade nos trenós do bobsled (US$ 175 por pessoa) e ver artefatos e histórias da Olimpíada de Inverno de 2002 no museu da Fundação Utah Legado Olímpico

Nas montanhas A temporada de inverno em Park City começou em novembro e vai até a primeira semana de abril. Desde 2014, quando foi comprada pelo grupo Vail Resorts, Park City Mountain virou o maior resort de inverno dos Estados Unidos, unida a Canyons, que já pertencia ao grupo: são mais de 330 pistas e 41 meios de elevação. 

Dias ensolarados também fazem parte da vida na montanha. Foto: Mônica Nobrega/Estadão

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Deer Valley é o outro resort de inverno na cidade. Várias vezes eleito como o melhor dos EUA, é mais exclusivo e elegante, limita o número de visitantes diários a um máximo de 9 mil e não recebe snowboarders, apenas esquiadores. São cerca de 100 pistas e 21 meios de elevação.

Quatro bases de montanhas hospedam os turistas em Park City. Deer Valley tem opções no núcleo Silver Lake e em volta da recepção principal, o Snow Park Lodge. O cinco-estrelas St. Regis fica aqui, acessado por um funicular. Park City tem a Canyons Village e a Park City Village, onde fiquei hospedada no The Lowell, um prédio de apartamentos de temporada – condos, como dizem os americanos – com diárias de US$ 450 a US$ 1.000, a poucos passos das pistas. Os condos são um tipo de hospedagem comum na cidade. Muitos contam com facilidades como recepção, limpeza diária e academia no prédio. Na Main Street, há uma opção com rooftop panorâmico, da Park City Lodging

Vista geral de Deer Valley. Foto: Mônica Nobrega/Estadão

Só não garanto que você conseguirá ficar parado ao ar livre por muito tempo, como constatei no passeio de snowmobile da North Forty Escpaes (desde US$ 130). Ao fim do tour, embora vestindo as roupas certas, sentia as extremidades dos pés e mãos congelarem.

Tive a mesma sensação durante as subidas à montanha nos teleféricos de cadeira aberta. O inverno de Park City tem temperatura média de 10 graus negativos e é preciso enfrentar isso para ter o prazer de esquiar, snowboardear ou mesmo dar a sorte de ver alces em seu ambiente natural. Recompensas pedem algum esforço, afinal. No pain, no gain, como se diz. 

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Para ir a Park CityAéreo: as companhias americanas que operam no Brasil levam a Salt Lake City – American Airlines, Delta e United. Sempre com conexão – demorei 16 horas na ida, via Los Angeles, e 15 na volta, via Dallas.Quanto custa: o passe diário custa no mínimo US$ 139 na Park City Mountain e US$ 157 em Deer Valley

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