Pico do Cabugi oferece aventura na Caatinga

A 140 km de Natal, entre a Caatinga, a singular formação geológica em forma de cone do local é visitada por praticantes de esportes de aventura

PUBLICIDADE

Por Marina Cardoso e Ney Douglas
Atualização:
O Pico do Cabugi é único vulcão extinto no Brasil que preserva sua forma original Foto: Ney Douglas

Nem só de praia, sombra e água fresca vive o turismo no Rio Grande do Norte. Sem dúvida, o Estado é mais conhecido por seu litoral paradisíaco e as dunas a perder de vista. Mas, nos últimos anos, as serras do sertão potiguar têm ganhado destaque nos roteiros alternativos. Entre os destinos mais procurados está o Pico do Cabugi, único vulcão extinto no Brasil que preserva sua forma original – como ele nunca explodiu, não tem uma cratera.

A 140 km de Natal (cerca de 2h30 de viagem), entre a Caatinga, a singular formação geológica em forma de cone é mais visitada por praticantes de esportes de aventura e pede alguma experiência com a prática. Para chegar ao topo do antigo vulcão, com 590 metros de altura, é preciso encarar 2,5 km de caminho íngreme. “A trilha não é recomendada para pessoas com pressão alta ou baixa e também aquelas que costumam ter crises de labirintite”, explica Cícero Lajes, um dos guias locais.

Para chegar ao topo do antigo vulcão é preciso encarar 2,5 km de caminho íngreme Foto: Ney Douglas

PUBLICIDADE

Além disso, quem resolve encarar o desafio precisa assinar um termo de responsabilidade, já que acidentes já foram relatados nos últimos anos. O mais grave foi registrado em julho de 2006, quando um estudante de geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte morreu após ser atingido na cabeça por uma pedra que rolou da trilha.

Apesar disso, há sempre muito apoio para quem deseja encarar a aventura. Antes de começar a subida, os visitantes costumam parar no Balneário Cabugi, que tem banheiros, chuveiro, redes, mesas e um restaurante, que serve café da manhã e almoço.

Seu proprietário, Luis Fonseca, 52, revela que o movimento ainda é baixo, em comparação com outros destinos de aventura. “Nos fins de semana, mais ou menos oitenta pessoas passam por aqui”, relata Fonseca. Não existem dados oficiais sobre visitantes da região, que é controlada pelo Instituto Estadual de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Idema)

Dia e noite

O mais comum é escalar o pico logo pela manhã ou no fim da tarde, mas há quem escolha acampar no cume durante a noite Foto: Ney Douglas

Há duas formas de encarar a aventura. A mais comum é escalar o pico logo pela manhã ou no fim da tarde, com o sol mais fraco, e descer no mesmo dia. Há também quem escolha acampar no cume durante a noite – foi o que fizemos. Independentemente da decisão, é essencial a presença de um guia.

Publicidade

A trilha exige do físico em vários aspectos. Os metros iniciais são em solo arenoso com pedrinhas minúsculas que potencializam o risco de escorregões. O terreno é íngreme e demanda paradas rápidas constantes, para aliviar a dor nas panturrilhas. A partir dos 500 metros, o ar começa a ficar rarefeito e a respiração fica mais ofegante. Para quem decidir fazer a subida no fim da tarde e acampar, há ainda o desafio de subir um pedaço da trilha no escuro, apenas com a ajuda de lanternas.

Para quem decidir fazer a subida no fim da tarde e acampar, há o desafio de subir um pedaço da trilha no escuro, apenas com a ajuda de lanternas Foto: Ney Douglas

No total, são 2h30 de subidas e descidas para chegar até o topo. O esforço é recompensado por uma visão incrível da região. Quem fica para acampar tem o bônus de ver um céu absurdamente estrelado.

COMO CHEGAR

Saindo de Natal, siga pela BR-304 no sentido de Mossoró. São 140 km de distância e a viagem dura cerca de 2 horas. A entrada é pelo município de Lajes. A associação Trilheiros da Caatinga (84 99600-1659) organiza subidas com frequência ao Pico do Cabugi, ao preço de R$ 40 por pessoa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.