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Confira 7 dicas para planejar sua viagem em 2021

Projetos feitos para o ano que virá nem sempre dão certo - que o diga 2020. Mas ter um objetivo em mente ajuda a concretizá-los

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Por Nathalia Molina
Atualização:

Promessas de ano novo nem sempre se concretizam. As relacionadas a viagem, do mesmo modo, podem terminar adiadas. Por muitos fatores: falta de dinheiro, troca de emprego, imprevisibilidade de fenômenos climáticos, mudança de vida. Até uma pandemia pode surgir pelo caminho (não é mesmo, 2020?). Mas quem sabe conseguimos planejar aquela viagem dos sonhos em 2021?

Pois é, este 2020 em que tudo saiu fora do planejado nos deu muito tempo para refletir sobre a vida, questionar o que mudar, aguentar firme as dificuldades e valorizar experiências simples e conexões humanas. Tudo isso pode ser aplicado a viagens. Se tudo pode ser tão inesperado, então, é possível até cumprir promessas de ano-novo. Aqui vão algumas ideias para você se inspirar - e concretizar seus planos de viagem.

Em 2020 não deu muito certo, mas quem sabe em 2021 conseguimos colocar em prática nosso planejamento de viagens? Foto: Lorri Lang/Pixabay.com

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1. Planejar para viajar mais barato

Quando a vacinação contra a covid-19 estiver em curso, muita gente vai querer viajar. Com a demanda maior, os preços tendem a subir. Para economizar, segue valendo a dica de planejamento com antecedência. “Acho que na pandemia mais ainda, hoje a demanda é menor. O turismo continua em queda, e os preços acompanham isso. No internacional, tem tarifas super competitivas para 2021 de julho em diante”, afirma Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

Segundo Roberto Haro Nedelciu, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), empresas que formatam os pacotes à venda no mercado, outra vantagem é poder “parcelar sem juros e viajar com tudo praticamente pago”. “Para destinos internacionais, indicamos uma média de seis meses de antecedência. Para os nacionais, esse tempo pode cair para dois a três meses”, diz Nedelciu.

2. Desconfiar de preços e promoções milagrosos

Em tempos de crise, todo mundo está atrás de um precinho camarada e as agências de viagem, hotéis e empresas do setor estão loucas para vender. Em geral, dá match. Mas é preciso cuidado para não cair em roubada, alerta Luiz Gonzaga Godoi Trigo, professor do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP). “Se for muito barato, é para desconfiar. Tem muita gente se aventurando, por incompetência, má administração ou má fé, e podem dar golpes em clientes”, afirma, lembrando que hotéis e companhias aéreas podem falir em decorrência da crise econômica pós-covid. “Não sabemos quem vai sobreviver, nem se as empresas estão usando esse dinheiro para realmente fazer reservas ou cobrir rombos passados.” Por isso, é importante pesquisar sobre a empresa antes de fechar a viagem.

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3. Buscar alternativas para viajar mais barato

Luís de Magalhães na Tailândia: depois de ano sabático, ele lançou um livro Foto: Luís de Magalhães

Quem está aberto a aventuras e tem mais tempo disponível pode procurar maneiras de viajar barato. “Exige muita pesquisa e negociação, com hostel e até em passagem de ônibus e táxi. No Brasil, não tem isso, mas consegui um preço menor assim no Marrocos, no Peru e na Bolívia”, diz Luís de Magalhães, que fez um giro por 27 países e depois escreveu o livro Notas de Um Ano Sabático. Durante a viagem realizada entre 2015 e 2016, o jornalista trabalhou em troca de hospedagem, usando o site Worldpackers e também entrando em contato diretamente com hostels. Voou muito de low cost. “Em uma viagem, 80% das despesas são com passagem aérea. Você também gasta muito em restaurante e alimentação. É bom ver se o lugar que vai ficar tem cozinha”, aconselha.

4. Explorar nichos como turismo afro e indígena

Que tal aproveitar o novo ano para se abrir a outras possibilidades de viagem? Pode ser um jeito de apoiar comunidades Brasil afora e até provocar transformações internas. Foi assim com Ana Taranto, que fundou a Braziliando depois de conhecer a Amazônia em 2016. A conexão com as pessoas e suas histórias levou a reflexões. “Você começa a ver alguns desafios de vida como pegar um barco ou caminhar uma hora para ir para outra comunidade estudar. Aí se pergunta ‘e se as oportunidades deles fossem iguais às que eu tive?’ Passei o voo de retorno para o Rio pensando em como voltar à Amazônia.” Hoje, a Braziliando oferece experiências de turismo de base comunitária e volunturismo – durante a pandemia, de modo virtual.

Turismo na Amazônia: empresa Brazilando se especializou em roteiros Foto: Nathalia Segato

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E, como vidas negras importam sempre – e não apenas em 2020 –, o afroturismo é uma oportunidade de ampliar o conhecimento e contribuir com os lugares visitados. “Você cria novas possibilidades de futuro para essas pessoas”, afirma Bia Moremi, dona da Brafrika, empresa de roteiros afrocentrados. Para o meio de 2021, estão previstos uma ida ao Maranhão com tambor de crioula e uma afro-eurotrip para Portugal e França, incluindo o festival Afronation na região portuguesa do Algarve. “Afroturismo não é só a contação de história. Por onde a gente passa necessariamente vai ter história de dor, mas é dado muito foco na audácia, no amor e no enfrentamento, em coisas mais sutis”, explica. “Preferencialmente, a gente viaja em grupo e datas festivas. A pauta positiva é sempre a principal.”

5. Conhecer mais destinos isolados

Luxo no cerrado é a proposta da Pousada Trijunção Foto: Trijunção

Entre os 25 lugares mais extraordinários do mundo eleitos pela revista National Geographic Traveller para se conhecer em 2021 está o nosso cerrado, na categoria Lugares Selvagens Bonitos. Situada na divisa de Goiás, Bahia e Minas Gerais, posição que lhe dá nome, a Pousada Trijunção fica dentro de um espaço de 33 mil hectares, na qual 90% são áreas de preservação. A propriedade é um dos cinco novos integrantes da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) e a primeira do cerrado a integrar a associação de turismo de luxo. “A taxa de ocupação para os hotéis de lazer em áreas remotas foi maior por haver uma necessidade de se cumprir o isolamento social como medida de segurança. Outro fato observado é que o tempo de viagem aumentou. Antes, tínhamos uma média de duas a três noites. Nesses meses, a média foi maior, até uma semana de estada”, conta Simone Scorsato, diretora executiva da BLTA.

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Que tal buscar lugares mais distantes, fora do circuito tradicional? Foto: Simon Migaj/Unsplash.com

A Latitudes, pioneira no Brasil em viagens combinadas com conhecimento, notou que ganharam força roteiros com história e arte misturadas a belezas naturais. “Não apenas nos centros urbanos, vem cada vez mais aumentando a procura por campo, montanha e mar associados aos temas propostos nos roteiros”, diz Alexandre Cymbalista, CEO da empresa.

6. Cheque a saúde e as vacinas antes de embarcar

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A expectativa pela mais desejada das vacinas, a imunização contra o coronavírus, acaba ofuscando outras. Antes de sair de casa para uma viagem, fique atento à cobertura necessária no dia a dia e à recomendada em roteiros por certas regiões do País. “Estamos vivendo um ano de pandemia, e as pessoas não estão se vacinando contra outras doenças. Especialmente para quem viaja com crianças, é importante ficar atento à cobertura vacinal para não ficarem expostas a outros riscos”, afirma Jessé Reis Alves, infectologista do ambulatório de Medicina do Viajante do Hospital Emílio Ribas. Além disso, muitos países aceitam viajantes vindos do Brasil, desde que apresentem exames PCR (de 24h a 72h de antecedência, dependendo do destino). Não esqueça de checar com a companhia aérea antes. 

7. Seja responsável ao viajar na pandemia

Usar máscara e manter o distanciamento social são indicações para todos enfrentarem o coronavírus, mas viajantes ainda resistem a cumprir os protocolos de saúde e segurança sanitária propostos pelo setor de viagens. “Tem gente que faz uma história porque não quer usar máscara, não quer ter a temperatura medida. É uma coisa impressionante como as pessoas se irritam de ficar distante nas filas de aeroporto, de respeitar as mesas vazias nos restaurantes”, conta Magda, da Abav. “No início, a indústria do turismo se recolheu. Ninguém fez propaganda ou foi atrás de vender produtos. Todo mundo foi entender o que era essa pandemia. A gente fez o nosso papel. Estamos super preparados para receber. O viajante responsável cuida não só de si, mas dos outros.”

Quem se propõe a viajar na pandemia deve redobrar os cuidados para não correr o risco de contaminar os moradores. O cenário para a viagem ideal seria ir de carro, com pessoas que vivem na mesma casa, para destinos isolados, levando de casa os mantimentos necessários para evitar circular pela cidade em questão. Por isso, muitas empresas passaram a investir em pacotes de viagem nos quais o cliente vai com seu próprio carro.

Caso não seja possível viajar assim, ao menos use máscara e fique longe das aglomerações. Mesmo no verão, o vírus segue circulando - e a vacina, ao menos no Brasil, ainda não é uma realidade.

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