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Rota Pernambucana

Do Recife ao Vale do Catimbau

Por Vitor Tavares
Atualização:

Esqueça as piscinas naturais de Porto de Galinhas e as ladeiras históricas de Olinda. Chegando ao aeroporto do Recife, o caminho em direção ao interior é pela BR-232, que percorre Pernambuco de leste a oeste. Cerca de uma hora depois de deixar a capital vem a primeira surpresa: ao subir a Serra das Russas, a temperatura na cidade de Gravatá é fria.   Hospedagens competentes rendem boa justificativa para pernoites em Gravatá. O Hotel Canariu’s tem parque aquático com toboáguas e piscina aquecida, quadras e balada. Custa no mínimo R$ 370 para casal, por noite. O Portal de Gravatá (desde R$ 382) tem proposta parecida e mais ênfase na fazendinha, com galinhas e ordenha diária de vacas. Para comer, sabores italianos e um quê romântico dão o tom do Ristorante Antonieta (81-3533-1786); e a Buchadinha da Biu (81-3533-1935), de vocação regional, serve bode e deliciosos petiscos de charque. Ainda no clima agradável do início do agreste pernambucano, o município de Bezerros, a menos de 30 minutos de Gravatá, guarda a bela Serra Negra. Um polo cultural concentra a produção de mais de 60 artesãos, indo das xilogravuras às máscaras carnavalescas dos papangus. A Serra Negra, que tem formação rochosa e é verde praticamente o ano inteiro, tem trilhas, grutas, mirantes e atividades de aventura como o rapel. À noite, a temperatura pode ficar abaixo dos 10 graus. A pousada Canto da Serra (desde R$ 350) tem charme e organiza passeios.  Ainda no agreste, seguindo pela PE-103, Pernambuco tem a sua Bonito, que também se destaca pelas águas – cachoeiras como a Véu da Noiva são a principal atração, e a elas se chega por trilhas. Para percorrê-las, agências locais como a Regateio Viagens oferecem tours desde R$ 90 por pessoa. Hospedagem confortável com opções de esportes ao ar livre, o Bonito Eco Parque tem rapel, parede de escalada e tirolesa, e conta com guias para trilhas em toda a região (diárias desde R$ 200). Na vizinha Palmares é possível vivenciar outra marca muito forte na história nordestina: engenhos de cana-de-açúcar. Exemplares da época colonial permitem um mergulho na história das senzalas e do açúcar, rapadura e cachaça. O Engenho Caramuru recebe visitantes avulsos para conhecer os processos de transformação da cana e os hospeda em aconchegante pousada (desde R$ 260).  De volta à BR-232, em direção ao sertão está uma das maiores joias do interior de Pernambuco. No município de Buíque, o Vale do Catimbau já foi cenário de filmes como Árido Movie (2006). São poucas opções de alimentação e hospedagem, como a simples Pousada Vale do Catimbau (R$ 80 por pessoa; 87-3816-3030). Mas, nos 62 mil hectares de área, a visitação vem aumentando ano a ano – em 2016, o número deve fechar em 6 mil pessoas, de acordo com a associação de guias locais. Será um recorde.  Muitos guias do Vale do Catimbau são nativos da tribo indígena kapinawá. Contratar um deles é indispensável – é fácil se perder em meio à caatinga. "Nem eu que sou daqui conheço tudo", diz o guia Márcio Araújo. Tours começam em R$ 100 e os pontos mais visitados são as pinturas rupestres do Sítio Arqueológico do Homem Sem Cabeça e o Chapadão, cânion de visual deslumbrante. 

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