Roteiro pela Serra da Cantareira: opções para comer bem e curtir a natureza

Do café da manhã ao jantar, selecionamos restaurantes, bares e mais opções para respirar ar puro do ladinho da capital

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Por Gilberto Amendola
7 min de leitura

Viagens mais curtas, quase sempre no esquema bate-volta, procura por lugares abertos, restaurantes arejados e proximidade com a natureza. Esse tem sido o roteiro básico de quem procura algum respiro em meio à pandemia de covid-19.

A 15 minutos da zona norte de São Paulo, a Serra da Cantareira, já no município de Mairiporã, é o lugar que “gabarita” todos os quesitos desse “novo normal”. A estimativa dos comerciantes locais é que o movimento por lá tenha crescido cerca de 30% mesmo durante a pandemia. Aos fins de semana, o caminho para a Serra chega a congestionar de tantos carros de turistas que se encaminham para esse espaço cercado pela natureza. 

Levi de Moraes, da gelateria Frutta e Crema: vista para a Serra da Cantareira Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

Em consequência disso, novos restaurantes, cafés e bares estão abrindo na Serra – e a expectativa para o futuro próximo é que o local se transforme em uma nova Campos do Jordão ou Gramado. Mas vamos começar nossa viagem pelo café da manhã.

Para chegar cedo

A primeira dica é desacelerar. Sem pressa, comece o dia na Miolo, padaria do artista dos pães Marcos Carnero. A casa fica no “miolo” da Serra, em um quintal com mesinhas espalhadas e ambiente relax. A especialidade são os pães de fermentação natural orgânicos, mas vale experimentar os lanches também. Os preços e ofertas variam quase que diariamente. Mas estão na faixa entre R$ 20 a R$ 35.

O atendimento é “sem pressa”. O próprio Marcos ou a mulher, Larissa Diniz, são os responsáveis por quase tudo o que acontece ali. Com sorte, o cliente ainda pode conhecer o Nilsinho, o filho de 8 meses do casal. Quando os pedidos estão prontos, Marcos sai na janelinha e, com um megafone, chama o cliente – e esse chamado pode vir seguido de um poema, uma piada ou alguma outra surpresa. Eventualmente, exposições e shows também entram na programação da casa. 

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Marcos Carnero e a mulher cuidam da Miolo, padaria artesanal na Serra da Cantareira - com uma 'ajudinha' do filho Nilson, de 9 meses Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

“Às vezes, a pessoa chega aqui anda com o ritmo da cidade e demora para desacelerar. Brinco que aqui não é proibido pisar na grama, brincar com o pet ou abraçar uma árvore”, diz Carnero. 

Além dos pães, a casa (o quintal) também abre para o almoço – com destaque para o prato executivo do dia, o “ 1, 2 feijão com arroz” (com arroz, feijão, ovo, couve e uma mistura). O prato dá direito a um repeteco e sai entre R$ 20 e R$ 25 (dependendo da mistura). “A ideia é celebrar a comida de casa, a comida de verdade”, explica Carnero. A Miolo também funciona como uma minimercearia – onde é possível encontrar, por exemplo, os sabonetes naturais feitos pela Larissa (a partir de R$ 20).

Para tomar café da Serra da Cantareira, você também tem outras ótimas opções como o Jacques Café, de atmosfera intimista, e o Café Manacá, que lembra um café no sítio.

Hora do almoço

Tampouco faltam alternativas na hora do almoço. A casa que abriu durante a pandemia e é o novo hit da região é o Fronteiriço. O restaurante segue a tradição gaúcha da parrilla, característica da tríplice fronteira (Argentina, Brasil e Uruguai). “Cerca de 90% dos nossos clientes são de São Paulo. Estamos no caminho de nos transformar em uma mini Campos do Jordão”, acredita o proprietário Guto Ziani. Uma Parrillada para duas pessoas custa R$ 199,90.

Guto Ziani, do Fronteiriço: churrasco com tradição gaúcha Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

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Assim como outros restaurantes da região, o Fronteiriço caminha para zerar a emissão de carbono e ter uma operação totalmente sustentável. “Esse é o nosso caminho. Além de boa comida, as pessoas querem respirar melhor e ter esse contato da natureza”, diz Ziani. 

Outra característica comum a vários restaurantes da Serra, e que também é encontrada no Fronteiriço, é a vista privilegiada para aquela que é uma das maiores florestas urbanas do mundo. Quem estiver por lá também pode almoçar no Deck Cantareira Steakhouse – que fica em um simpático centrinho e guarda aquele visual da Serra.

Para um almoço mais tradicional e caipira, procure a Mercearia do Prosa. Comida caseira, feita no forno a lenha e um clima e decoração repleto de objetos que remetem à memória afetiva de muita gente. Mesas ao ar livre e bufê.

Mercearia do Prosa oferece comida caipira, feita no forno a lenha Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

Agora, se você gostar do serviço e deixar uma caixinha, a reação será imediata. As atendentes, cozinheiras e demais funcionários irão iniciar um ritual que começa com um grito de “caiiiixinhaaaaaa” e seguirá com uma cantoria. Nos dias de semana, o bufê completo, com suco de laranja e sobremesa, sai por R$ 27,90. Outro ponto tradicional de comida caseira é o complexo gastronômico conhecido como O Velhão (onde você encontra o restaurante As Véia). Outra opção é a culinária portuguesa do Ora, Pois.

Quando o sol começa a baixar

Se você for atrás de sobremesas na região da Serra da Cantareira, um dos lugares mais recomendados é o Frutta e Crema, com seus gelatos artesanais. Sem produtos industrializados ou semiprontos, o lugar também oferece almoço e focaccias (R$ 15 a unidade). O visual também vale a visita. O carro-chefe é o sorvete de pistacchio (a partir de R$ 12). “Seguimos a regra de não usar conservantes e trabalhar com tudo o que for natural, Esse é o jeito da Serra da Cantareira”, conta o sócio proprietário Levi de Moraes.

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Emerson, da Tuttonino Pizza Bar, com sua pizza meia peperponi rock, meia burrata pesto Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

Quando a noite cai, uma das opções é se entregar às pizzas. Aberta durante a pandemia, a pizzaria Tuttonino é um dos sucessos da temporada. “É um privilégio ter um lugar no meio da floresta, com ar puro... O movimento tem crescido bastante na Serra”, diz o proprietário Emerson de Castro. Um dos destaques da casa é a Pepperoni Rock – o pepperoni vai por baixo do queijo (R$ 59,90). A noite também pode ser do sushi. Se essa for a opção, a sugestão é o Sachô (no mesmo endereço da Tuttonino). 

Falta alguma coisa? Sim. Cerveja. Aqui a dica é a Pizzaria e Choperia Artesanal Véritas – casa que produz sua própria cerveja. “Temos diversos tipos de cerveja, versões mais suaves, uma IPA e outras mais fortes e escuras. Nossa ideia é ampliar a variedade em breve”, diz Ângelo Márcio Ferreira Ribeiro, proprietário do local. “Também estamos fazendo uma espécie de tour por nossa cervejaria, que fica junto ao restaurante. As pessoas vêm de longe para nos conhecer e tomar uma cerveja, praticamente no meio do mato.” As cervejas custam de R$ 18 a R$ 25. Mas se beber, não dirija.

Ângelo Márcio, da Véritas, com sua cervejaartesnal, que funciona do lado da pizzaria Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

ENDEREÇOS

Miolo Padaria e Café: Av. das Palmeiras, 2.589, Mairiporã 

Jacques Café: Avenida Serra da Cantareira, Av. Parque Petrópolis, 11, Mairiporã

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Café Manacá: Av. Ver. Belarmino Pereira de Carvalho, Roseira

Fronteiriço Assados & Empanadas: Av. José Gianesella, 500, Mairiporã

Deck Cantareira – Steakhouse: Av. das Palmeiras, 3.000, Mairiporã

Mercearia do Prosa: Av. Ver. Belarmino Pereira de Carvalho, 5.555

O Velhão: Estrada Santa Inês, 3.000, Mairiporã

Ora, Pois: Av. Ver. Belarmino Pereira de Carvalho, 8.018

Frutta e Crema: Av. José Gianesella, 500, Serra da Cantareira

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Tuttonino Pizza Bar: Av. José Ginesella, 500, Mairiporã

Sashô: Av. José Gianesella, 500, Parque Imperial, Mairiporã 

Pizzaria e Choperia Artesanal Véritas: Alameda Mônaco, 13, Mairiporã 

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