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Rumo às piscinas e grutas do norte

Cenários absolutamente incríveis e bem mais selvagens revelam a origem vulcânica do arquipélago

Por Rosangela Dolis
Atualização:

Rochas vulcânicas de geometria indescritível represam porções do Atlântico, formando piscinas naturais coloridas de azul e verde. Um cenário algo lunar - só que cercado por água e banhistas, que pagam para usufruir da estrutura montada para tornar mais acessível essa maravilha natural. Porto Moniz, no lado norte da Madeira, não seria a mesma (nem teria tanto apelo turístico) sem suas famosas piscinas. O contato, algumas vezes até furioso, entre o oceano e os rochedos faz surgir uma característica espuma alva, espetáculo adicional para quem visita a região. A vila, espremida entre o mar e as montanhas, é uma das localidades mais antigas da ilha e, por muito tempo, permaneceu isolada: era preciso tomar um barco para chegar até lá. A estrada que liga Porto Moniz a São Vicente, outra jóia do norte da Madeira, surgiu há algumas décadas. Ambas podem ser visitadas em um passeio de um dia, partindo de Funchal. O trajeto em si já é uma atração e tanto, passando por trechos de costa, áreas montanhosas e penhascos dependurados no mar. Você pode deixar a capital de táxi, num carro alugado ou em tours vendidos por agências de turismo. A excursão, como praticamente todas do gênero, é a forma menos flexível de fazer a viagem. Custa 45 (R$ 138,60), com almoço incluído. Quem viaja em grupo de até quatro pessoas poderá ter mais liberdade de ação se for de táxi. Os motoristas cobram 120 (R$ 369,60), equivalentes a 30 (R$ 92,40) por passageiro, para acompanhar os visitantes das 8 às 18 horas. Os taxistas fazem papel de guias turísticos, indicando detalhes interessantes e fazendo comentários históricos. Já os que gostam de dirigir conseguem alugar um carro básico por 39,50 (R$ 121,65) e rodar à vontade - mas é necessário deixar 175 (R$ 539) como garantia, devolvidos na volta. DE UM LADO A OUTRO De Funchal à cidade de Ribeira Brava, o percurso é feito por uma estrada que acompanha o litoral sul e as encostas de morros. De lá, outra rodovia cruza as montanhas até a costa norte, com lindas vistas de cumes e vales envoltos por neblina. O melhor ponto para apreciar o panorama é a Encumeada, a 1.007 metros de altitude. Em dias claros, você consegue ver tanto a costa norte, na altura de São Vicente, quanto a sul, na região de Ribeira Brava. A floresta típica da Madeira, a laurissilva, está entre os destaques do caminho. Essa vegetação formada por árvores de grande porte e várias espécies de orquídeas hoje ocupa apenas 20% da área total da ilha. Desde 1999, a floresta é Patrimônio Natural da Humanidade, declarada pela Unesco. TÚNEIS Do outro lado, já na costa norte, está a cidadela colonial de São Vicente, com ruazinhas estreitas e sinuosas. Ali, durante a visita ao Centro de Vulcanismo, o turista conhece melhor a origem vulcânica da ilha, recriada com recursos audiovisuais. Informação anotada, hora de seguir para as famosas grutas da região. São mais de mil metros de túneis (700 metros podem ser percorridos pelos visitantes), ótimos para observar estalactites vulcânicas e trilhas deixadas pela lava. Na seqüência, tome a tal estradinha até Porto Moniz e curta, finalmente, as piscinas naturais. A estrutura montada em torno delas inclui vestiários e lanchonete (no verão). Encerre sua visita à região norte da ilha no Aquário da Madeira, que ocupa o antigo Forte de São João Batista, construído em 1730. No espaço estão 11 tanques de exposição, que reproduzem os vários hábitats marinhos madeirenses. VOLTA No retorno à capital, feito pelas costas oeste e sul, pare no Cabo Girão, um penhasco de 580 metros de altura. Debruçado no corrimão do mirante, à beira do precipício, vai ser inevitável repetir os malabarismos feitos pelos demais turistas, na tentativa de tirar a foto perfeita. Diz a lenda que o nome Girão foi dado no tempo do Descobrimento. Ao circundar a ilha, os primeiros navegadores, quando chegaram ao local, julgaram erroneamente estar na sua extremidade. E, por isso, deram um grande giro (um girão) na vela para fazer o retorno. Na verdade, o cabo mais ao ocidente da ilha é a Ponta do Pargo. Você também consegue uma vista deslumbrante da região se estiver dentro do elevador de vidro que desce 350 metros até Fajã dos Padres. Esse vilarejo, antigamente, só podia ser alcançado de barco. Balneário de Porto Moniz: Entrada: 1,25 (R$ 3,80); aluguel de guarda-sol ou espreguiçadeira 1,50 (R$ 4,60) Centro de Vulcanismo: fica nas grutas de São Vicente, no Sítio Pé do Passo Aquário da Madeira: Forte de São João Batista, Porto Moniz; www.aquariodamadeira.com

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