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Sabores frescos para degustar sem pressa

Por ZAGREB
Atualização:

O olho da gente corre para as cerejas graúdas, os marasquinos fresquinhos, os ramos de papoula e os grdobinas, peixes esparramados que parecem ter levado um murro. Corre para o diferente, claro, numa feira em que comerciantes de todo o país aparecem para vender frutas, verduras, flores, mel, queijo e carnes. Esta feira se chama Dolac, existe desde 1930 e fica na divisa entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Dá para reconhecê-la de longe por causa dos guarda-sóis vermelhos de barrado listrado. Ali ninguém grita para vender melhor o seu peixe e mais de um comerciante amarrou a cara quando viu câmeras fotográficas. Ainda parece um lugar de croata para croata, onde eles trocam receitas pensando no almoço de domingo. Deu para saber que também se encontram para indicar um passeio ou algum lugar novo e típico, especialmente para comer e beber na paz. Não à toa. A Croácia cultiva o chamado slow food na sua proposta mais autêntica: valorizar os produtos alimentícios locais e seus rituais de degustação. O Starbucks, por exemplo, parece que deseja, mas ainda não emplacou uma loja na capital. O zagrebiano prefere a spica: tomar um café forte no centro, próximo do Dolac, entre 11 e 13 horas de sábado, nas concorridas mesas das utica (ruas) Bogoviceva, Tkalciceva e Preradoviceva, para exibir seus novos gadjets e se inteirar das fofocas. Se é para saborear um prato, admiram um suculento cordeiro ou vitela com batatas cozidas preparados sob a peka, tampa que lembra um sino. Quer provar? Reserve o prato com um dia de antecedência no Pod Grickim Topom(restoran-pod-grickim-topom.hr). Preço sob consulta. O restaurante fica logo abaixo do canhão de Gric, na Cidade Alta, que dispara todo meio-dia, e tem um terraço aconchegante, com vista para a cidade. Foi lá também que experimentei a rakja, uma aguardente de vários sabores (ervas, ameixa, mel, pera, noz, alfarroba), que você vai virando com a boa desculpa de diferenciar uma da outra. O Apetit City (apetit.hr) é outro bom ponto na capital para descobrir os sabores locais. O austríaco Christian Cabalier, chef e dono do restaurante, propõe um cardápio que navega entre o a cozinha europeia moderna e a croata tradicional. Um dos carros-chefe é o fígado de vitela frito no vinho tinto, mas os peixes (e sobremesas) também são divinos. / M.M.

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