Na hora de preparar a mala, não dá para esquecer de itens fundamentais: tênis confortável, um casaco para o voo, checar as vacinas exigidas no destino e levar uma "farmacinha". Quem toma medicação regularmente, por exemplo, deve calcular uma dose a mais, pois há sempre chance de atrasos e cancelamentos de voo. Diabéticos e pacientes que fazem uso de medicamento controlado evitam chateação nas alfândegas levando prescrição médica com o nome genérico da substância ativa em inglês para justificar o porte do produto.
Consultar seu médico antes da viagem - ou mesmo fazer um check-up - pode ser uma boa ideia, especialmente no caso de doenças preexistentes. A médica Karina Oliani, especialista em socorro em áreas remotas, explica que, em vez de arriscar, é muito melhor resolver eventuais problemas ainda no Brasil. "É sempre uma dificuldade se tratar no exterior, até nos países desenvolvidos", diz. "Um dente sensível antes da partida pode se transformar numa crise de canal e acabar com a viagem." Karina dá outra recomendação simples: levar um par de óculos extra.
Grávidas devem ficar atentas às regras das companhias aéreas. "Se possível, o ideal é viajar até 20.ª semana", recomenda. Meia elástica é importante, especialmente em voos longos, e vale checar com seu médico que medicamentos levar - muitos são proibidos na gestação. Caminhar durante o voo é recomendável não só para grávidas, mas para todos os viajantes, a fim de evitar risco de trombose.
Vacinação em dia.
Desde o ano 2000, o Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto Emílio Ribas (oesta.do/medicinaviajantes) oferece atendimento gratuito - de vacina contra febre amarela a comprimidos para combater sintomas de malária, tudo de acordo com o próximo destino do paciente.
"Fazemos uma avaliação individual, levando em conta o estado de saúde, se a vacinação está em dia e se é a mais adequada ao propósito da viagem. Verificamos também se o paciente é portador de doenças que impeçam a vacinação", explica o médico infectologista e coordenador do núcleo, Jessé Reis Alves. Segundo ele, o detalhe está no itinerário. "Temos de saber com precisão o roteiro do viajante para evitar medidas desnecessárias e alertar sobre os perigos de cada região. Em zonas tropicais, há o perigo de doenças como malária e outras provocadas por mosquitos, como a chikungunya."
A doença, comum no Caribe, é transmitida pela picada do Aedes aegypti (o mesmo da dengue) e já chegou ao Brasil. "Para evitar, é preciso saber qual repelente pode durar mais tempo na pele e fazer uso correto dele. Alguns podem ser aplicados sobre a roupa, o que aumenta a proteção."
Durante a viagem, uma série de pequenos cuidados com água e alimentação podem evitar dissabores. "Independente do destino, diarreia costuma ser o sintoma mais comum", alerta Alves. Ele indica procurar água engarrafada e, se tiver dúvidas sobre o lacre, pedir água com gás, mais difícil de falsificar. "Não coloque gelo no copo e evite comidas cruas, como saladas e carnes. Só o faça se tiver boas recomendações sobre o local."