Texas, para desbravar de carro

Em uma aventura de carro pelo Estado descobrimos que chegar ao Parque Nacional de Big Bend é apenas um pretexto para conhecer as particularidades da essência norte-americana

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Paisagens fazem valer a viagem sem pressa de carro pelas estradas texanas Foto: Gabriel Pinheiro/Estadão

Howdy y’all! O sotaque que acompanha a saudação – pronunciada em um inglês cantado, arrastado – é a primeira evidência de que você chegou ao Texas. O Estado da “estrela solitária”, assim chamado em referência a única estrela de sua bandeira, tem diversas particularidades que o fazem muito diferente dos outros 49 que compõem o país.

Esqueça os Estados Unidos de Miami, apinhado de turistas brasileiros, e de Nova York, dominado por refeições rápidas, maratonas de compras e muita correria. “Você já esteve nos Estados Unidos?”, perguntou uma simpática texana em Midland, cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, por onde começamos nossa viagem de carro rumo ao majestoso Parque Nacional de Big Bend. Disse que sim, e enumerei Nova York, Miami, Las Vegas e Califórnia. “Ah, mas aqui é diferente. Totalmente diferente. Você vai gostar mais”, respondeu. “E você vai amar nosso churrasco.” 

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O bom texano senta-se à mesa sem pressa e come o dito churrasco acompanhado de chá gelado. As costelinhas, o frango e a linguiça que você encontra em qualquer esquina são um deleite para quem gosta de carne na brasa. Com muita, muita pimenta – traço da influência mexicana, que originou grande parte da cultura local.

Texanos também não dispensam um bom papo, e até o nome do Estado deriva da palavra indígena tejas, que significa “amigos”. O DNA do povo embute também um notável orgulho local: eles se apressam em dizer que são texanos antes de americanos. 

As bandeiras com uma estrela só estão por toda parte, assim como as bombas de sucção de petróleo nas extensas propriedades rurais vistas quando se pega a estrada. Sinal da pujança econômica. No verão, as altas temperaturas do clima árido, desértico em muitas regiões, fazem entender o porquê de os chapéus serem tão populares por aqui – embora hoje o look clássico de cowboy, com bota, colete e cinto afivelado, exista apenas no dia a dia dos texanos que trabalham em atrações turísticas das cidades do interior. 

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Ao volante. É pela rodovia, de carro, que se chega aos parques naturais do Texas. As planas e bem sinalizadas estradas e o que você descobre pelo caminho são atrações em si. Há vários pontos que justificam uma parada. Entre deserto e montanha há cenários magníficos, pequenas cidades interessantes e natureza à vontade. Não tem segredo: alugue um carro com GPS (estude o mapa do trajeto, que é bem simples) e caia na estrada. 

Nossa aventura começou em Dallas, após o voo direto com 11 horas de duração desde São Paulo. De lá, outro trecho aéreo de 45 minutos para Midland, a 550 quilômetros de distância – trajeto que também pode ser feito de carro em cerca de seis horas.

Midland e San Antonio (a 470 quilômetros de Dallas) são consideradas pontos de partida para os viajantes que fazem a road trip rumo ao Big Bend. São 330 quilômetros, pouco mais de três horas, sem paradas. Mas você vai querer parar. A seguir, você descobre onde. E por quê.

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