Toronto com crianças, para fãs de esportes ou gastronomia: escolha a sua

Capital financeira do Canadá, a cidade esbanja simpatia, especialmente no verão. Confira o que fazer por lá

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Por Karla Spotorno (Broadcast)
Atualização:
Descanso em Harbourfront, às margens do Lago Ontário Foto: Danielle Petti/Destination Canada

Toronto é uma daquelas cidades que te abraçam na chegada e desejam até logo na saída. Especialmente no verão (quando as temperaturas são bem mais amigáveis que os 25 graus negativos do inverno canadense), a cidade canadense e as pessoas te recebem com uma simpatia difícil de descrever. 

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É verdade que o rápido e confortável traslado do aeroporto internacional para o centro de Toronto pelo trem UP Express é um excelente cartão de visitas. Também ajuda ser plana e limpa: cidades planas são ingresso VIP para quem, como eu, gosta de caminhar à toa para se deslumbrar com qualquer cena ou detalhe novo - seja com uma corrida de esquilos no jardim da universidade, com a faixa de pedestre colorida no bairro Gay Village ou com a quantidade de bicicletas trafegando de forma fraterna ao lado dos carros (tem até mapa para os ciclistas). 

Particularmente, acho que me senti bem-vinda porque paira uma leveza acolhedora no ar. E não apenas pela sensação de segurança - as pessoas são mesmo leves. Da funcionária na alfândega na imigração à atendente em uma loja Winners lotada, não senti hostilidades. Difícil acreditar que as pessoas numa capital financeira sejam assim, tão amáveis. 

Falando em capital financeira, vale frisar que Toronto não é Nova York. Muita gente compara as duas capitais, mas não deveria ser assim. Toronto tem personalidade própria: é organizada em termos urbanísticos, mas cheia de vida e com o caos construtivo que isso pode trazer. É fácil de se achar (graças ao metrô limpo e às linhas de ônibus) e, em igual medida, de se perder, haja vista a quantidade de coisas legais para fazer. E além de tudo, tem as pessoas mais cordiais e prestativas (já falei isso?) que uma cidade cosmopolita, gigante em território e também em comércio (com muitas ofertas tentadoras) pode oferecer.

Ainda assim, algumas comparações entre as duas cidades são verdadeiras. Como a Big Apple, Toronto é multiétnica e repleta de imigrantes: cerca de 50% de seus moradores não nasceram no Canadá. Por causa disso, o governo municipal publica informações em 79 idiomas. Mais de 200 línguas e dialetos são falados pelos diferentes bairros (mas você vai se virar bem com o inglês).

Folha de bordo, símbolo do Canadá, no High Park Foto: Tourism Toronto

A cidade, a exemplo de Nova York, também é muito usada como cenário em filmes e seriados de televisão. Toronto figura entre as cinco maiores da América do Norte para a indústria cinematográfica. Por ali foram filmados Star Trek: Discovery, The Handmaid’s Tale, Shazam!, Titans e muitos outros títulos que estão rodando enquanto você lê esta matéria. 

Little Apple?

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Apesar das comparações, desconfie de apelidos como chamar a praça Yonge-Dundas de “Times Square” ou de dizer que o High Park é o “Central Park” de Toronto. A Yonge-Dundas, entroncamento dessas duas importantes ruas (ydsquare.ca), é tão vibrante quanto a praça nova-iorquina mas com um espaço convidativo para atividades comunitárias, como aula de ioga nas manhãs de segunda-feira. 

Já o High Parknão fica no coração da cidade, mas a 8 quilômetros da principal estação de trem e ônibus, a Union Station. Em meio a muito verde, há áreas para piquenique, playgrounds (inclusive com brinquedos de água), trilhas para caminhadas, zoológico e restaurantesconvidativos.

Para chegar lá, pegue o metrô e desça na estação High Park. Se precisar de informação, não se preocupe: a gentileza das pessoas sempre será um diferencial. Na estação de ônibus, a funcionária da bilheteria respondeu a todas minhas dúvidas de primeira viagem e emendou: “Vai dar tudo certo. Qualquer dúvida, eu vou estar aqui amanhã. Pode vir falar comigo”. 

Yonge-Dundas, a Times Square de Toronto Foto: Tourism Toronto

A cordialidade dos canadenses talvez possa ser explicada, ainda que sem nenhuma base científica, pelo fato de eles serem poucos num lugar tão grande. O país é o segundo maior do mundo em território mas é o 39.º no ranking populacional do Banco Mundial. Se mais canadenses disputassem o mesmo quilômetro quadrado, talvez o bom humor não fosse assim tão farto. Mas não dá para saber. O fato é que Toronto recebe 44 milhões de turistas cheios de perguntas e demandas todos os anos e, mesmo assim, nos abraça na chegada e deseja até logo na partida.

ANTES DE IR

Como chegar 

A Air Canada tem voos diretos para Toronto desde Guarulhos, por a partir de US$ 656 (mais taxas de embarque). O voo dura dez horas e chega no terminal 1 do Pearson International Airport, onde fica a estação do trem UP Express (ida e volta a 24,70 dólares canadenses ou R$ 68). O UP leva 25 minutos entre o aeroporto e a estação Union Station.City Pass

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O passaporte custa 92 dólares canadenses (R$ 255) para adultos e permite a entrada em cinco atrações: CN Tower, Casa Loma, Ripley’s Aquarium, Royal Ontario Museum e também o Zoológico de Toronto Zoo ou Ontario Science Centre.Site oficial

seetorontonow.com

Onde ficamos

Thompson Toronto Hotel Paredes e teto pretos. Uma árvore de florzinhas brancas no meio do hall. Bicicletas azuis para emprestar. O Thompsoné um hotel-butique do grupo Hyatt com estilo descolado. Mesmo o quarto mais simples (sem antessala ou banheira), oferece amplo espaço para descansar e trabalhar. A cama king size com lençóis 300 fios te abraça e pede “fica só mais um pouquinho” quando o despertador toca. O chão do banheiro branco de mármore é aquecido e a academia, bem equipada – a diária custa a partir de 333 dólares canadenses (R$ 927) o casal. O café da manhã, pago à parte, é no Thompson Diner. Com fome, peça a releitura de ovos Benedict (16 dólares canadenses ou R$ 45); para começar o dia leve, peça a Avocado Toast (11 dólares canadenses ou R$ 30).

College Backpackers Inn  O hostel tem uma fachada pichada e pouco amigável, mas os funcionários são ótimos. Há quartos privativos (a partir de 109 dólares canadenses por pessoa, R$ 302) e coletivos com quatro ou seis camas (36,99 dólares canadenses por pessoa, R$ 102). O café da manhã é excelente para um hostel – tem café, leite, iogurte, biscoitos, bagels e pão de sanduíche, além de geleia e margarina. A cozinha pode ser usada 24 horas, a roupa de cama é boa e o locker no dormitório comporta uma mala de mão. No coração do Kensington Market.

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