Traços modernos ao alcance do visitante

Com assinaturas de peso, os trabalhos que se espalham pela área verde do Inhotim aguçam diferentes sentidos

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

ReflexosOlafur Eliasson usa mais uma vez de espelhos e luzes para instigar o visitante a provar uma nova percepção da natureza. Instalado em um ponto alto e com vista privilegiada, Viewing Machine é um tubo hexagonal formado por seis espelhos internos, o que o faz funcionar como um caleidoscópio. Com possibilidade de rotação, o visitante é quem escolhe o ponto de interesse e põe em prática o exercício de experimentação dos reflexos e composição de imagens em diferentes ângulos.

 

PUBLICIDADE

Na paredeDepois de um longo processo de imersão em Brumadinho, John Ahearn e Rigoberto Torres criaram juntos murais que vão além da estética artística. Usando fibra de vidro e tinta, Abre a Porta retrata aspectos da vida social da comunidade. Expressões faciais, movimentos e vestimentas típicas ganham atenção, aproximando a cena construída da realidade da cidade.

 

Profusão de sonsPor uma rampa em espiral, Doug Aitken conduz o visitante até o centro de sua obra, um furo no solo de 200 metros de profundidade. É ali dentro do prédio circular que, graças a microfones geológicos, é possível escutar os ruídos captados no interior da terra. O Sonic Pavilion alerta a tudo aquilo que aparentemente é imperceptível, lembrando que muito do que nos cerca está vivo e em transformação.

 

MultiplicaçãoCom obsessão declarada por padrões circulares (que remetem a alucinações de sua infância), Yayoi Kusama usou 500 esferas de aço inoxidável para construir o Narcissus Garden. Explorando novamente o mito de Narciso, que se encanta por sua imagem projetada, as bolas flutuam pelo espelho d’água do terraço do Cento Educativo Burle Marx provocando uma multiplicidade de cenas refletidas – e ora distorcidas. A ideia foi originalmente abordada pela autora em 1966, na Bienal de Viena.

 

Ao acasoChris Burden deu vida à obra Beam Drop Inhotim em uma ação performática. A criação é resultado de uma realização de 12 horas, quando um guindaste de 45 metros de altura lançou cada uma das 71 vigas que a compõem em uma poça de concreto fresco (você pode assistir ao vídeo no YouTube: tinyurl.com/beamdrop). Do jeito que caíram, permaneceram, evidenciando a essência aleatória do trabalho, onde o controle do artista é limitado. Situada no alto de uma montanha, é com tal conceito de acaso que a obra se relaciona com o entorno.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.