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Trens e a conservação do meio ambiente

Por Maria Corinaldesi
Atualização:

Acultura do turista brasileiro está mudando. Praticidade, conforto, serviço de qualidade e posicionamento ético em relação ao meio ambiente entraram para a lista de fatores a serem considerados pelo viajante na hora de decidir a melhor forma de se deslocar pela Europa, apesar de o Brasil não ter tradição em viagens de trem. Essa tendência independe do perfil: jovens, executivos, casais e famílias perceberam que, além dos fatores citados, o deslocamento sobre trilhos é o mais prático e com a melhor relação custo-benefício para o povo europeu. O trem é a verdadeira maneira européia de viajar. Com tecnologia de ponta, os trens europeus respondem bem à preocupação com o conforto. No Thalys, da Rail Europe, já é possível navegar na internet a bordo de um vagão a 300 quilômetros por hora. Outro diferencial são os lounges: a empresa tem salas vip confortáveis, projetadas por decoradores famosos, como as assinadas por Philippe Starck em Paris e em Londres. Nos trens que ligam a França à Alemanha, a primeira classe é decorada pelo estilista Christian Lacroix. PRESERVAÇÃO Temas dos mais atuais, políticas e hábitos que conservam a natureza são preocupação também da Rail Europe. Os avanços que combinam preservação e viabilidade comercial são busca constante da empresa, bem antes de a palavra ecofriendly virar moda. A preocupação não se limita ao uso consciente de energia e de compostos pouco prejudiciais aos ecossistemas. A poluição sonora - já que muitas famílias moram nos arredores das linhas férreas - e a proteção dos rios são assuntos que fazem parte da lista de prioridades. Em 1991, a empresa férrea espanhola Renfe criou um departamento exclusivo para elaborar projetos com foco na diminuição do impacto ambiental das atividades da empresa. De lá para cá, passou a economizar 10% da energia que consumia anteriormente. Entre outras idéias com bons resultados práticos destaca-se a substituição do altamente poluente clorofluorcarbono (CFC) pelo hidroclorofluorcarbono (HCFC), gás que reduz em 90% a agressão à camada de ozônio. A companhia também eliminou o uso do amianto em seus veículos. A alemã DB sai na frente. Além de reduzir em 18% o gasto com energia e em 25 % as emissões de gás carbônico (CO2), em 2002, colocou em circulação trens mais silenciosos. Na Suíça, os resíduos contaminados eliminados pelo sistema sanitário estão praticamente extintos.As redes européias estão sempre progredindo em soluções ecológicas - o tema é prioridade para o continente. Eis uma comparação que quase ninguém sabe: um vôo entre Londres e Paris libera 122 quilos de CO2 na atmosfera, enquanto o mesmo trajeto feito de trem emite apenas 11 quilos. Ou seja, o transporte aéreo danifica dez vezes mais o meio ambiente se comparado aos deslocamentos por trilhos. Além disso, cada passageiro das empresas férreas é responsável pelo lançamento de CO2 necessário para encher um carro pequeno. Já quem viaja pelos ares poderia encher um ônibus de dois andares com gás carbônico. PRATICIDADE No quesito comodidade, o passageiro do trem leva vantagem no check-in simples e rápido e conta com uma extensa grade de partidas - em geral, pontuais. Durante o trajeto, a atmosfera é relaxante e tranqüila; o espaço, amplo; e as paisagens, incríveis. Há trens com ambientes para as crianças brincarem e até salas de filmes. O continente europeu tem mais de 240 mil quilômetros de malha férrea interligando todos os países, com manutenção e melhorias constantes. As estações ficam perto das áreas de negócios, dos pontos turísticos e de hotéis. Ou seja, há infra-estrutura para agradar aos brasileiros mais práticos e atrativos suficientes para viajantes preocupados com economia de tempo e de dinheiro - e com o futuro do planeta. * Maria Corinaldesi, representante da Rail Europe na América Latina

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