Um mosaico de origens, sons e temperos

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Por SETH KUGEL e NOVA YORK
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Você se lembra da velha Nova York, antes de o comércio de Manhattan se diluir entre H&M e Starbucks, o Brooklyn se tornar meio playground hipster, meio substituto dos subúrbios? Essa cidade segue viva no Queens, maior bairro da cidade, onde vivem 2,2 milhões de pessoas com (ao que parece) 2,2 milhões de origens diferentes. Apesar de sua área costeira estar começando a se recuperar dos danos causados pelo Furacão Sandy, a maior parte da região não foi danificada pela tempestade e está cheia de endereços e sons que você não vai encontrar em nenhum outro lugar. É só pegar o metrô. Pequeno EgitoConhecida como uma região grega, Astoria é agora bem diversificada, com brasileiros, colombianos, eslavos e um grande distrito comercial do Oriente Médio no fim do lado norte da Steinway Street, conhecido como Little Egypt. Você não vai encontrar outro peixe tão bem preparado como o do Sabry's Seafood (24-25 Steinway St.), ponto e bem popular especializado em frutos do mar. Comece com lula grelhada e limonada egípcia para acompanhar (não são servidas bebidas alcoólicas). O jantar para dois custa em torno de US$ 50. Por ali há uma infinidade de bares informais de shisha (narguilé). Para uma experiência mais sofisticada, suba as escadarias do pomposo Layali Dubai (layali-dubai.com). Grupos de homens e mulheres, normalmente separados, tomam chá de menta (US$ 3), suco de fruta (US$ 5) e fumam narguilé (US$ 10 a US$ 25) enquanto curtem música ao vivo e apresentações de dança do ventre até altas horas. NoiteBeber como um hipster ou dançar como um dominicano? Há duas opções para badalar. A primeira: siga para o Dutch Kills (dutchkillsbar.com), bar fashion em Long Island, e peça - por que não? - um Manhattan (drinques de US$ 8 a US$ 11). A segunda: dançar merengue e bachata no Jubilee (granrancho.com), misto de restaurante e casa noturna. Escolha entre a música ao vivo, mais informal (entrada grátis), ou a massa jovem no clube do andar de baixo (US$ 10).Comprar, comprarSaia do metrô na Roosevelt Avenue-Jackson Heights e você vai se deparar com uma terra de diversidades. Seguindo pela 74th Street, pare no supermercado Patel Brothers para comprar produtos exóticos; depois, no India Sari Palace para alguns saris; e no Al Naimat para doces asiáticos. Em seguida, vire à direita na 37th Avenue e pegue um colombiano salpicón (híbrido de suco e salada de frutas) no La Paisa Bakery (37-03 82nd St.) para entreter seu estômago até chegar ao La Gran Uruguaya (85-06 37th Ave.) para um café e petiscos latinos. Sabores do mundoClaro que o Queens tem um restaurante especializado em comida judaica de Bucara, no Usbequistão. O Cheburechnaya (92-09 63rd Drive) é um restaurante para jantar pratos inéditos no seu cardápio de viajante. A comunidade russa-judaica da região vem da Ásia Central, onde há especialidades como o namesake chebureki (desde US$1,65), que pode parecer um pastel recheado presente em outras inúmeras culturas, mas cujo tempero deixa claro que não se trata de empanada. Melhor ainda é o samcy, apetitoso folheado recheado de abóbora (US$ 1,65) ou costela (US$ 2). Peça uma bebida típica e você pode receber sunny lemonade, que nada mais é que guaraná russo. Cruzando da Rússia à China em pleno território norte-americano, a Chinatown mais vibrante de Nova York fica no Flushing. É difícil encontrar um cliente não asiático no Grand Restaurant (136-20 Roosevelt Ave.), informal palácio de dim sum no terceiro andar do recém-inaugurado New World Mall. Peça os delicados dumplings de camarão, os enroladinhos de folhas de lótus recheados de arroz e frango ou os rolinhos de tofu com porco e você dificilmente gastará mais de US$ 15 por pessoa. Para mais variedade e refeições ainda mais baratas, visite a praça de alimentação no andar de baixo, onde há ainda noodles, sopas e mais dumplings. Para relaxar de tal maratona, que tal uma massagem? Suba as escadas rumo ao autêntico Winnie Foot & Spa (135-05 40th Road, segundo andar), onde uma agressiva massagem nos pés de 30 minutos custa US$ 22.

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