Um roteiro em meio ao sol e aos vinhedos da Toscana, na Itália

Poucas regiões da Europa são capazes de oferecer uma combinação tão afinada de geografia e clima aprazíveis, patrimônio artístico a perder de vista e gastronomia inigualável - incluindo ótimos vinhos

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Região da Toscana combina clima e geografia aprazíveis e os bons vinhos chianti Foto: Marcelo Lima/Estadão

FLORENÇA - Se, de fato, todos os caminhos levam à Roma, não é menos verdade que sempre existirão boas razões para dar uma paradinha estratégica na Toscana. Localizada física e simbolicamente no coração da Itália, a região da Europa é uma das poucas capazes de oferecer uma combinação tão afinada de geografia e clima aprazíveis, patrimônio artístico a perder de vista e gastronomia inigualável. Principalmente quando acompanhada de um bom e velho chianti, vinho que é quase uma unanimidade nacional.    

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Acalentada há tempos, minha mais recente incursão pelas terras de Dante Alighieri, entre tantos outros italianos ilustres, se deu em abril deste ano, no comecinho da primavera. Época de céu claro e temperaturas amenas, em torno dos 22°, capazes de tornar qualquer passeio ao ar livre ainda mais convidativo e qualquer inevitável fila de espera, um pouco mais tolerável. Especialmente no meu caso, que vinha de uma semana de trabalho intenso na vizinha, ao menos para padrões brasileiros, Milão.  

Durou apenas três dias, mas fez meu coração bater forte. Tanto quanto há 20 anos, quando no auge da minha fase de mochileiro, visitei pela primeira vez a Toscana. Trago de lá a memória da luminosidade única, quase irreal, que emana de suas muitas colinas. A sensação do vento fresco batendo no rosto, a cada passeio por entre vales cobertos de videiras (e flores). A lembrança de um contato mais íntimo, ainda que breve, com algumas das mais caras e cultuadas tradições italianas: a arte e a vinicultura.  

Como acontece com nove entre dez roteiros que percorrem a região, Florença foi a cidade por nós escolhida como base. Sonhando com brindes ao pôr do sol – e, ao mesmo tempo, interessados em driblar a alta concentração de turistas em visita aos principais monumentos e museus –, optamos por reservar as manhãs para conhecer o patrimônio artístico da cidade, deixando as tardes para explorar as vinícolas da região. 

Partindo da capital do Renascimento é possível se atingir, de carro, em menos de duas horas, cidades do porte de Siena e Arezzo. Conhecer a Torre de Pisa, as muralhas de San Gimignano, a medieval Volterra. Amantes do vinho, como eu, também não têm do que se queixar: as regiões produtoras do Chianti, Montalcino e Montepulciano estão a poucos quilômetros uma da outra. Isso sem considerar as pequenas cidades que vão surgindo ao longo do caminho e que, muitas vezes, nem sequer constam dos mapas turísticos, mas valem a parada. 

Tudo vai depender de seus interesses e disponibilidade. Com uma excelente infraestrutura turística, na região central de Florença é possível encontrar agências como a Florence Tours, que oferecem tours totalmente customizados em termos de duração, atrações e meio de locomoção, inclusive para outras regiões. Por lá, além de alugar um carro (nossa opção de transporte), pegar um ônibus de excursão ou integrar um grupo de ciclistas, trechos da cidade e de seus arredores podem ser percorridos, por exemplo, a bordo de uma italianíssima Vespa - o tour pode ser realizado com ou sem motorista por, respectivamente, 100 e 75 euros. 

Não que nossa estratégia não tenha sido bem sucedida. Ver o sol desaparecer em meio a um mar de colinas é, de fato, uma experiência da non dimenticare (ou inesquecível, como dizem os italianos). Assim como o fluxo de turistas nas primeiras horas em torno de áreas como a Piazza della Signoria e a Catedral de  Santa Maria del Fiore é consideravelmente menor do que ao longo do dia. Mas, de qualquer forma, longe de ser a única, foi a nossa experiência. Cabe a você descobrir a sua.

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SAIBA MAIS

Aéreo: todos os voos para Florença fazem pelo menos uma escala em alguma cidade da Europa. No total, são cerca de 15 horas de viagem. Há voos desde R$ 2.836, pela Air France, com parada no aeroporto Charles De Gaulle (Paris). Melhor época: visitar Florença e suas proximidades na primavera é o ideal para quem quer aproveitar a paisagem, que fica muito mais florida, e a temperatura é amena. No verão, o grande número de visitantes e o calor podem se tornar um problema, especialmente para visitar as vinícolas, que ficam lotadas.  Moeda: 1 euro equivale a cerca de 5 reais. Cartões de crédito são amplamente aceitos na região.Transporte: para conhecer as vinícolas e outras cidades próximas de Florença, como Greve de Chianti, o ideal é alugar um carro. Pela Europcar, há opções que custam desde 25 euros por dia. Também é preciso portar uma Permissão Internacional para Dirigir (PID), que pode ser obtida no Detran de sua cidade ou Estado.Tours: agências como a Florence Tours oferecem diversos pacotes para quem tem pouco tempo no destino.

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