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Vale o perrengue?

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Por Adriana Moreira
Atualização:
Faz questão de ano-novo? Seja flexível. No bolso, preço do réveillon dá para viajar 5 vezes no ano Foto: Marcos de Paula/ Estadão

Sempre adorei passar o réveillon na praia. Foram inúmeros, em família, com amigos, namorado – teve até um que saí sozinha da casa onde estava, com um grupo em que ninguém queria ir para a praia à meia-noite, e fiz novos amigos enquanto pulava as sete ondas. O fato é que, de alguns anos para cá, desisti. Talvez seja reflexo da idade (a qual não revelo), mas só de pensar no trânsito, nas filas, na praia cheia (e suja), nos preços superfaturados, nos aeroportos lotados, começo a desanimar. E aí eu pergunto: vale mesmo a pena enfrentar tanto perrengue para ver a queima de fogos e colocar os pés no mar?

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Longe de mim julgar quem acha que vale. Mas prefiro curtir São Paulo vazia e usar o dinheiro para outras viagens. Se você deixou para decidir em cima da hora, considere as seguintes opções antes de investir na viagem do réveillon.

Em vez de ano-novo, Natal. Viajar no Natal é sempre mais barato e menos concorrido que no ano-novo. Mas como lidar com o fator família? Conheço algumas que fazem uma confraternização antes de 24 de dezembro, de modo que todos fiquem livres para comemorações paralelas. Chegar num acordo com os parentes vale a pena. Em um levantamento pelo site Booking.com, quatro diárias em um hotel quatro estrelas em Copacabana, no Rio, custa menos de R$ 2 mil por casal durante o Natal. Esse hotel cobra R$ 7.500 pelas mesmas quatro noites no ano-novo, um aumento de quase 300%. “Ah, mas você escolheu logo o Rio de Janeiro”, o leitor pode dizer. Fiz então uma pesquisa em Arraial D’Ajuda, na Bahia. Ali, quatro diárias em uma pousada com piscina e café da manhã, a 5 minutos da praia, custa R$ 825 para duas pessoas irem no Natal, e R$ 4.100 no ano-novo – quase 400% a mais. E nem falamos de aéreo. 

Você vai abrir mão de comidinhas tradicionais dessa época (cada casa tem as suas) – mas pode ser um alívio para quem tem de cozinhar para um batalhão. Muitos hotéis incluem a ceia no pacote e sempre há restaurantes com menu especial de Natal nas cidades turísticas. Caso você não abra mão da ceia, opte por um quarto com cozinha ou alugue um apartamento no Airbnb – assim você pode preparar um jantar com jeito de lar, doce lar.

Em vez de uma viagem, duas (ou mais). Os exemplos acima mostram que deixar de viajar no ano-novo pode valer duas (ou mais) viagens em outros feriados – serão sete prolongados em 2018. Por exemplo: no mesmo hotel de Copacabana que cobra R$ 7.500 no réveillon, gasta-se R$ 1.500 em quatro diárias durante o feriado de aniversário de São Paulo em 25 de janeiro. Ou seja: com o valor do ano-novo é possível voltar até cinco vezes para o mesmo lugar. Ok, não tem fogos nem sete ondas, mas tem dinheiro na conta para jantar naquele restaurante especial, fazer um passeio diferente ou comprar um item de artesanato que vai merecer destaque na sua casa. Faça as contas.

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Faz questão do ano novo? Seja flexível. Se você não abre mão de viajar no ano-novo, seja flexível nas suas opções. No caso do Rio, a Barra da Tijuca tem ótimos hotéis por preços melhores do que os da zona sul – e festa própria. O buscador SkyScanner fez um levantamento das cidades com passagens aéreas mais em conta no réveillon – entre as litorâneas selecionadas, Florianópolis, Salvador e Vitória. Considere o interior: em Brotas (SP), a diferença entre os feriados não foi das piores: R$ 3.800 no Natal e R$ 4.600 no ano-novo em um hotel-fazenda com pensão completa. Deslocar as datas de ida e vinda também são bom negócio: para o fim do ano, o buscador Kayak sugere ir no sábado e voltar na quinta-feira ou no domingo seguinte para obter as melhores tarifas.