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Veleiro de apenas 4 metros completa travessia até Noronha

Viagem, inédita, foi realizada por dois brasileiros em 10 dias. Aventura deve virar livro com textos e fotos

Por Larissa Godoy
Atualização:
Felipe Ludovice e Nicola Maniglia a bordo do veleiro Andorinha Foto: Felipe Ludovice

Foram 600 milhas náuticas, o equivalente a 1.000 quilômetros, e 10 dias de navegação. O dobro do previsto, tanto para a duração como para a distância. O projeto Noronha 13 Pés, que levou dois velejadores atá o arquipélago de Fernando de Noronha, e depois de volta ao continente, em uma travessia inédita para um catamarã de 13 pés (cerca de 4 metros, o menor na história da navegação) foi concluído com sucesso, em janeiro, e o livro com imagens da aventura tem previsão de publicação para o segundo semestre deste ano.

A visita dopeixe agulhão-bandeira foi uma das gratas surpresas da travessia Foto: Felipe Ludovice

A partida foi da praia Bela, na Paraíba. Após seis dias de viagem, Felipe Ludovice e Nicola Maniglia, os velejadores, chegaram ao destino. Para o retorno, a dupla precisou de quatro dias para desembarcar em Maxaranguape, no Rio Grande do Norte. A bordo, 270 quilos de suprimentos e bagagem, um fogão improvisado em uma lata de tinta com fogareiro de acampamento, e 60 litros de água potável. O cardápio previa barrinhas de cereais, proteínas e carboidratos em gel, além de um artigo de luxo: uma refeição por dia com macarrão e carne enlatada.

Imprevistos. Durante os 10 dias de travessia uma mala com equipamentos e farmácia se perdeu Foto: Nicola Maniglia

Registros da viagem também podem ser conferidos no perfil do Instagram do projeto

Apaixonados pelo mar e por aventura, Noronha 13 Pés nasceu de uma outra viagem feita pela dupla pelo Caribe, entre abril e maio de 2015. Foram três anos de planejamento, dos quais 8 meses na adaptação do barco, o veleiro Andorinha, para que ele tivesse um mínimo de infraestrutura necessária aos velejadores. Mesmo assim, nem tudo foram flores.

Recompensa. Belas paisagens, como a vista para o Morro do Pico, em Noronha,e contato direto com a natureza agradaram Foto: Noronha 13 Pés

Na manhã do terceiro dia de viagem, a dupla percebeu que uma das bolsas de Nicola Maniglia, com roupas, farmácia e equipamentos, tinha caído no mar. “Foi um golpe duro para nós, pois dificultou nossa comunicação”, comentou Felipe Ludovice. A experiência da travessia, no entanto, compensou pelo contato direto com os animais, com destaque para a visita de um peixe agulhão-bandeira, e as belezas naturais, como a vista do Morro do Pico, o ponto mais alto de Fernando de Noronha.

Missão cumprida.Travessia levou dez dias e percorreu 1.000 quilômetros; na foto, dupla se despede dapraia Bela, Paraíba, rumo a Noronha Foto: Noronha 13 Pés

A dupla tem outros sonhos em mente. "Trindade, alguns dias a leste de Abrolhos, pode ser nossa próxima aventura. Mas como todo sonho, precisa de bastante preparação", disse Ludovice. "O próximo grande desafio é organizar esse material todo e produzir o livro com as imagens e as histórias dessa travessia tão bonita."

Familiaridade com o mar.Projeto Além da Superfície, do fotógrafo Felipe Ludovice, foi desenvolvido em 2016, nos arredores de Noronha Foto: Felipe Ludovice

Noronha 13 Pés from Felipe Ludovice on Vimeo.

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