Turismo de luxo, hotelaria e novas tendências do mercado de viagens e turismo

Trip stacking: tendência começa a chegar ao Brasil

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Por Mari Campos

Na semana passada, o termo "trip stacking" apareceu em quase todo grande jornal e site de notícias dos EUA. Além da América do Norte, a expressão tem sido bastante usada em parte da Europa também neste segundo semestre de 2021. Mas o que significa, afinal, o trip stacking, tendência que começa a chegar ao Brasil?

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O termo tem sido usado para sinalizar uma tendência crescente de comportamento no turismo internacionalA tradução literal seria algo como "empilhamento de viagens" e se refere ao número crescente de pessoas que estão reservando duas ou até três viagens diferentes para um mesmo período do ano para tentar de certa forma burlar as restrições de deslocamentos da pandemia. 

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 Foto: Mari Campos

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O que é trip stacking?

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Trip stacking é como se convencionou chamar a atitude de reservar múltiplas viagens para um mesmo período caso uma das viagens tenha que ser cancelada de última hora em razão de restrições trazidas pela pandemia.

Essa "tática" tem sido adotada por alguns viajantes para tentar contornar problemas decorrentes da pandemia, como fechamento repentino de fronteiras, novos surtos da doença no destino, suspensão de voos, mudanças de exigências para ingresso no país etc.

Afinal, passados um ano e meio de pandemia, já sabemos bem que a situação em um determinado país pode sempre mudar de uma semana para outra e que suas regras de entrada/permanência de viajantes estrangeiros podem mudar repentinamente.

Por isso mesmo, a prática do "trip stacking" tem sido adotada por cada vez mais turistas lá fora neste segundo semestre. O procedimento padrão costuma ser reservar viagens simultâneas em diferentes destinos/regiões geográficas do planeta para que possam escolher a que consideram mais segura (ou a que seja factível/viável no momento) em data já bastante próxima ao dia da partida.

Até o começo de agosto passado, segundo o Finance Buzz, mais de 50% dos americanos tinham cancelado ou mudado seus planos originais de viagem devido aos avanços da variante Delta. Para os norte-americanos, a tendência maior tem sido reservar viagens intercontinentais ou cruzeiros internacionais como plano principal e reservar também uma ou duas viagens domésticas, no vizinho México ou em alguma ilha caribenha como plano B. 

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 Foto: Mari Campos

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Trip stacking começa a chegar no Brasil

Segundo Misty Belles, diretora da Virtuoso, a prática do trip stacking é bem recente e começou a acontecer de verdade entre maio e junho passados, quando as vacinações contra a Covid-19 começaram a avançar em diferentes destinos, impulsionando o levantamento de restrições de viagem em distintos países.

Alguns amigos agentes de viagem e donos de agências brasileiras voltadas ao turismo de luxo me contaram essa semana que essa tendência, ainda quetímida, também já começou a aparecer no Brasil, sim. Geralmente, as reservas desse tipo feitas por brasileiros envolvem simultaneamente uma viagem mais cara e "arriscada" e outra menos custosa e mais "segura".

Assim, a maioria dos brasileiros que adotaram essa tática tem reservado uma viagem doméstica como plano "back up" simultâneo a uma reserva de viagem internacional (o plano principal). Na maioria dos países, a tática de reservar viagens domésticas como plano B tem se repetido, já que são muito menos sujeitas a cancelamento repentino.

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Especialistas recomendam cautela

Mas especialistas do mercado turístico alertam que é preciso cautela com o trip stacking.Alguns temem que a prática crescente das reservas múltiplas de viagens pode fazer com que companhias aéreas e hotéis acabem aumentando os preços para todo mundo, já que trabalham os valores sempre em função de procura e demanda.

Por outro lado, muitas agências de viagem afirmam estar se beneficiando financeiramente do trip stacking. Segundo elas, ao reservar duas ou três viagens para um mesmo período, muitos clientes estão optando por apenas postergar os planos de viagem "back up" ao invés de cancelá-los de fato. Assim, acabam fazendo de fato todas as viagens contratadas, em períodos diferentes.

Do lado de cá, acho o comportamento até interessante, mas confesso que não me seduz (ao menos não ainda). Não creio tampouco que a tendência seja crescente por muito tempo. Pessoalmente, prefiro continuar com meus planos de viagem um de cada vez, respeitando sempre ciclos de planejamento bem curtinhos, sem fazer reservas com muita antecedência e tomando decisões de viagem sempre com a maior responsabilidade possível.

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